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Acordo entre Mercosul e União Europeia será assinado em 20 de dezembro, afirma Lula

Presidente destaca importância histórica do pacto comercial e reforça prioridade do tema durante presidência brasileira do bloco sul-americano

Sputinik Brasil 23/11/2025
Acordo entre Mercosul e União Europeia será assinado em 20 de dezembro, afirma Lula
Foto: © Foto / Ricardo Stuckert / Presidência da República

Durante coletiva à imprensa na Cúpula do G20, realizada em Joanesburgo, África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) será assinado em 20 de dezembro.

Lula ressaltou que o pacto representa um dos maiores acordos comerciais do mundo, envolvendo aproximadamente 722 milhões de pessoas e movimentando US$ 22 trilhões (cerca de R$ 118 trilhões) em Produto Interno Bruto (PIB).

"É uma coisa extremamente importante, possivelmente seja o maior acordo comercial do mundo. E aí, depois que assinar o acordo, vai ter ainda muita tarefa para a gente poder começar a usufruir das benesses desse acordo, mas vai ser assinado", afirmou o presidente.

As negociações entre Mercosul e UE foram concluídas em dezembro de 2024, após 25 anos de tratativas. Dois textos serão firmados: um de natureza econômica e comercial, com vigência provisória, e outro abrangendo o acordo completo.

O texto do acordo será submetido ao Parlamento Europeu, onde precisará de maioria simples (50% mais um dos votos) para aprovação. Posteriormente, ao menos 15 dos 27 países do bloco europeu deverão ratificar o pacto, representando pelo menos 65% da população da UE.

No Mercosul, o documento também será encaminhado aos parlamentos nacionais, mas sua entrada em vigor não depende da aprovação dos quatro membros do bloco (Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina).

No momento, a principal resistência ao acordo parte da França, maior produtora de carne da União Europeia, que enfrenta protestos de agricultores contrários à entrada de commodities sul-americanas. O governo francês considera o pacto "inaceitável", alegando que não atende às exigências ambientais europeias na produção agrícola e industrial. Lula, porém, refuta as críticas e atribui a postura francesa ao protecionismo.

Neste semestre, o Brasil assumiu a presidência rotativa do Mercosul e estabeleceu a conclusão do acordo como prioridade.