O G20, fórum que reúne as maiores economias do mundo, inicia sua edição de 2025 neste sábado (22), em Joanesburgo, na África do Sul, em um contexto marcado por intensas tensões geopolíticas, crises climáticas, conflitos regionais e debates sobre o futuro da governança global.

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que boicotaria a cúpula, alegando supostos "abusos dos direitos humanos" cometidos contra pessoas brancas na África do Sul. Para o internacionalista Bruno Mendelski, essa postura evidencia uma tentativa de enfraquecer o multilateralismo.

Segundo Mendelski, Brasil e África do Sul emergem como vozes centrais do chamado Sul Global, assumindo papéis mais ativos na mediação de conflitos, no combate às desigualdades e na promoção de uma ordem internacional mais democrática.

"O Brasil, desde os governos Lula I e Lula II, tem se colocado na vanguarda", afirma o especialista, citando o impacto internacional de programas como o Fome Zero. "Foi uma experiência tão bem-sucedida que serviu de modelo para organismos internacionais, como a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura]".

Já a África do Sul, desde o fim do apartheid, projeta-se como representante de nações historicamente marginalizadas e busca se consolidar como porta-voz do Sul Global, defendendo pautas de democracia e direitos humanos. Mendelski lembra que o país liderou um processo na Corte Internacional de Justiça contra o Estado de Israel.