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Dirigente do Fed aponta estagnação no combate à inflação e admite possível ajuste nos juros

Presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirma que inflação segue acima da meta e não descarta nova elevação das taxas básicas no curto prazo

21/11/2025
Dirigente do Fed aponta estagnação no combate à inflação e admite possível ajuste nos juros
Federal Reserve - Foto: reprodução

O presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, afirmou nesta sexta-feira, 21, que o progresso rumo à meta de inflação de 2% "estagnou temporariamente". Segundo Williams, ainda há espaço para um ajuste adicional de juros no curto prazo, mesmo após o recente ciclo de cortes. Os dados mais recentes, destacou, mostram que a inflação permanece em torno de 2,75%.

Durante evento, Williams explicou que políticas comerciais e tarifas "elevaram um pouco a inflação" e compensaram a esperada trajetória de queda, embora não haja indícios de pressões inflacionárias de segunda ordem.

O dirigente estimou que tarifas mais altas contribuíram com 0,5 a 0,75 ponto percentual à inflação atual, mas avaliou que esses impactos devem se dissipar "ao longo do restante deste ano e na primeira metade do próximo". A expectativa, segundo ele, é que a inflação retorne ao caminho da meta de 2% apenas em 2027.

Williams ressaltou que a desaceleração econômica e o esfriamento gradual do mercado de trabalho aumentaram os riscos de queda para o emprego, enquanto os riscos de alta para a inflação diminuíram um pouco. Mesmo assim, destacou que a política monetária segue "moderadamente restritiva", ainda que menos do que antes dos cortes recentes.

Ele afirmou não ver sinais de que o mercado de trabalho esteja gerando pressões inflacionárias, citando expectativas bem ancoradas, moderação salarial e ausência de gargalos generalizados nas cadeias de suprimentos. Williams reforçou, porém, que o Fed permanece focado em restaurar a inflação à meta "de forma sustentada", preservando o equilíbrio com o objetivo de máximo emprego.