O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, busca consolidar-se como o "pai" do caça norte-americano de sexta geração F-47, desenvolvido para rivalizar com os jatos chineses Chengdu J-36 e Shenyang J-50. A afirmação foi feita por Igor Korotchenko, diretor do Centro de Análise do Comércio Mundial de Armas (TSAMTO), em entrevista à Sputnik.

Segundo Korotchenko, a Força Aérea dos EUA necessita de um caça tripulado de sexta geração para fazer frente aos recentes avanços da aviação militar chinesa, cujos modelos J-36 e J-50 já estão em fase de testes de voo.

"Já Trump quer entrar para a história como o ‘pai’ do caça americano de sexta geração F-47", acrescentou Korotchenko.

O analista explicou que o objetivo central do programa F-47 é garantir superioridade aérea, integrando o novo caça a uma variedade de veículos aéreos não tripulados com diferentes funções e capacidades.

De acordo com o diretor do TSAMTO, os protótipos do F-47 estão em testes desde 2020, acumulando centenas de horas de voo até o momento.

"O primeiro voo do F-47 na configuração de produção em série será realizado antes do fim do atual mandato de Donald Trump na Casa Branca, isto é, até fevereiro de 2029", afirmou.

O Pentágono planeja que a produção em série do F-47 ocorra na fábrica da Boeing em St. Louis, Missouri, onde atualmente são montados os caças F/A-18E/F Super Hornet, cujas encomendas estão garantidas até 2027.

Korotchenko ressaltou que a Boeing investiu recursos próprios no desenvolvimento do conceito do caça de sexta geração, apostando no retorno financeiro caso a Força Aérea dos EUA feche um grande contrato para produção em massa.

O especialista lembrou ainda que, durante seu primeiro mandato, Trump foi crítico ao monopólio da Lockheed Martin na produção dos caças de quinta geração, como o F-22 e o F-35, destacando que a falta de concorrência prejudicou o desenvolvimento do F-35.

"A falta de concorrência afetou negativamente a implementação do programa F-35. As aeronaves produzidas em série são muito caras para os compradores e, além disso, apresentam diversas falhas técnicas", concluiu o especialista russo.

Trump já declarou publicamente que os EUA estão desenvolvendo o novo F-47, sob responsabilidade da Boeing, empresa que, segundo ele, "está de volta ao serviço".

Por Sputnik Brasil