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Zelensky aceita negociar plano de paz proposto pelos EUA para a Ucrânia
Proposta norte-americana prevê concessões territoriais, garantias de segurança e abre espaço para contribuições de Kiev e aliados europeus
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comunicou ao secretário do Exército dos Estados Unidos, Dan Driscoll, nesta quinta-feira (20), que está disposto a negociar o plano de paz elaborado pelos norte-americanos para encerrar as hostilidades no leste europeu.
De acordo com informações do portal Axios, um alto funcionário do governo dos EUA, que acompanha o tema, afirmou que Driscoll e Zelensky concordaram em estabelecer um cronograma ambicioso para a assinatura do acordo.
O documento, composto por 28 pontos, prevê uma série de concessões e garantias, incluindo, por exemplo, a retirada da Ucrânia da região de Donbass. O plano, discutido reservadamente entre Rússia e Estados Unidos, está estruturado em quatro eixos: paz na Ucrânia, garantias de segurança, estabilidade europeia e o futuro das relações entre EUA, Rússia e Ucrânia.
Ainda segundo a publicação, líderes europeus não foram consultados durante a elaboração inicial do plano, enquanto os ucranianos só foram chamados a opinar após extensas conversas entre enviados russos e norte-americanos.
Também nesta quinta-feira, o governo Trump informou à Ucrânia e aos aliados europeus que o plano de paz é um documento "vivo", aberto a contribuições que considerem as posições das partes envolvidas.
Durante conversa com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, o enviado especial dos EUA, Steven Witkoff, ressaltou que o novo plano é uma "estrutura de ideias" que contempla as perspectivas ucraniana e russa, segundo a reportagem da Axios.
Witkoff acrescentou a Wadephul que o governo Trump está comprometido em buscar soluções responsáveis para o conflito, convidando sugestões sobre pontos do plano que possam ser insatisfatórios, visando viabilizar um possível acordo.
As Nações Unidas, por sua vez, informaram que ainda não tiveram acesso integral ao plano, mas se colocam à disposição para apoiar qualquer processo de paz significativo. "Não tenho conhecimento de que tenhamos visto a proposta na íntegra, além do que foi divulgado pela imprensa, e a posição do secretário-geral [António Guterres] tem sido muito clara desde o início: estamos prontos para apoiar e ajudar qualquer processo significativo [...] em conformidade com a Carta [da ONU], o direito internacional e todas as resoluções relevantes da ONU", afirmou o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.
À Sputnik, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou na quarta-feira (19) que Witkoff pode chegar à Rússia a qualquer momento para dar continuidade às negociações. Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reiterou que o país está pronto para discutir os aspectos políticos da solução com a Ucrânia e trabalhar em qualquer formato.
O documento elaborado pelos EUA também prevê que Kiev reduza seu efetivo militar e abra mão de parte do arsenal, segundo a Reuters. A agência informou que a Casa Branca deixou claro a Zelensky que ele deve concordar com os principais pontos do acordo.
Já a revista britânica Financial Times noticiou que a proposta norte-americana inclui ainda a oficialização do russo como idioma oficial na Ucrânia e o reconhecimento do status canônico da Igreja Ortodoxa Ucraniana, em detrimento da Igreja Ortodoxa da Ucrânia.
Por Sputnik Brasil
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