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Brasil registra menor número de incêndios florestais em unidades de conservação desde 2018

Área devastada em 2025 é a segunda menor da série histórica, mesmo com ampliação do monitoramento; Cerrado segue como bioma mais atingido

19/11/2025
Brasil registra menor número de incêndios florestais em unidades de conservação desde 2018
Foto: © AP Photo / Leo Correa

O Brasil encerrou o período mais crítico de incêndios florestais em unidades de conservação com o menor patamar desde 2018. Segundo dados oficiais do Centro Especializado em Manejo Integrado do Fogo (CEMIF), 434.392 hectares foram atingidos pelo fogo em 2025.

De acordo com o governo federal, esse é o segundo menor volume já registrado na série histórica, ficando atrás apenas de 2018, quando 428.320 hectares foram afetados. Naquele ano, porém, apenas 39 unidades eram monitoradas, enquanto em 2025 esse número subiu para 79, ampliando significativamente o alcance do acompanhamento.

Para João Morita, coordenador do CEMIF, os resultados refletem um amadurecimento na gestão do fogo nas áreas protegidas. Ele ressalta que a ampliação quase dobrada das unidades monitoradas tornou as estatísticas "mais realistas", resultado direto do aprimoramento das análises e do monitoramento.

Morita destaca ainda que os números são fruto da consolidação de mudanças estruturais no manejo do fogo, baseadas em novos instrumentos de governança, como os Planos de Manejo Integrado do Fogo (PMIFs), além de investimentos contínuos em capacitação, treinamentos e intercâmbio de experiências entre as equipes.

Do total de área queimada, o Cerrado permanece como o bioma mais afetado, respondendo por cerca de 95% da área impactada (414.260 hectares). Em seguida estão a Amazônia, com 9.749 hectares (aproximadamente 2,2%), e a Mata Atlântica, com 9.358 hectares. Já Caatinga e Pampa, juntas, ultrapassam pouco mais de mil hectares.

Os dados ainda podem sofrer pequenos ajustes, mas, segundo o CEMIF, mesmo com eventuais revisões não devem ultrapassar o volume registrado em 2013, que até então ocupava o segundo lugar na série histórica, com 568 mil hectares queimados.

Por Sputinik Brasil