Rivais históricos na disputa por influência no Oriente Médio, Arábia Saudita e Irã vêm se reaproximando sob influência da China, enquanto ambos passaram a integrar o BRICS em 2024. Essa movimentação, segundo o professor de Direito Wiliander França Salomão, entrevistado pelo podcast internacional da Sputnik Brasil, altera significativamente o equilíbrio de poder na região.

“Existe uma fila muito grande de países candidatos a entrar no BRICS. Ao mesmo tempo, o governo dos Estados Unidos já demonstrou diversas vezes que não vê com bons olhos interferências na balança de poder econômica do Ocidente, pois conhece os riscos. Ter seus principais parceiros no Oriente fazendo parte do BRICS não é algo satisfatório para Washington”, avalia Salomão.

Apesar da aproximação econômica e diplomática com a China e o bloco dos BRICS, o economista Najad Khouri destaca que os Estados Unidos continuam sendo o principal aliado da Arábia Saudita em termos de segurança, mantendo diversas bases militares marítimas e aéreas no país. Como prova dessa parceria estratégica, nesta terça-feira (18), o então presidente Donald Trump recebeu na Casa Branca o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, marcando a primeira visita oficial em mais de sete anos.

Mesmo diante do crescente lobby diplomático e comercial chinês, o professor Wiliander Salomão acredita que a Arábia Saudita não pretende abandonar os Estados Unidos, mas sim adotar uma postura de dupla diplomacia para ampliar seu poder regional.