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Ministro diz que anulação de questões do Enem busca garantir lisura e isonomia

Camilo Santana afirma que três perguntas foram anuladas após suspeita de vazamento e destaca atuação do Inep e da Polícia Federal para preservar a integridade do exame

18/11/2025
Ministro diz que anulação de questões do Enem busca garantir lisura e isonomia
Ministro Camilo Santana - Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta terça-feira, 18, que três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram anuladas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para "garantir lisura e isonomia da prova". O órgão tomou a decisão após identificar que as perguntas seriam "similares" a questões divulgadas em redes sociais nos dias anteriores ao exame.

"Eu determinei à equipe técnica que é responsável pela prova. Eles avaliaram que havia necessidade de anular três itens. Então foram esses três itens que foram anulados. Determinados pela questão técnica de anular para garantir lisura e isonomia da prova", explicou Camilo Santana em entrevista à TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará.

A anulação ocorreu após candidatos denunciarem uma suspeita de vazamento do exame. O professor Edcley S. Teixeira, do Ceará, teria "previsto" questões aplicadas no último domingo, 16. Em publicações nas redes sociais, Teixeira destacou semelhanças entre as perguntas e detalhou seu método de estudo, que chama de "engenharia reversa". Procurado pelo Estadão, o professor não respondeu.

Segundo o ministro, o Inep foi acionado após o "ruído nas redes sociais". A equipe técnica decidiu cancelar as questões devido às "proximidades que foram colocadas nas redes sociais".

Em uma de suas postagens, Edcley Teixeira relatou ter participado de uma avaliação do MEC para calouros de Medicina, o Prêmio Capes Talento Universitário. Segundo ele, as questões eram parecidas com o padrão do Enem. Por isso, teria memorizado perguntas e, com a ajuda de amigos, montado questões para seus alunos estudarem. Teixeira é aluno de Medicina e vende pacotes de monitoria para candidatos do Enem.

Reportagem do Estadão mostrou que a prova da Capes realmente utiliza algumas questões como pré-teste do Enem, informação que deveria ser sigilosa e não é confirmada oficialmente pelo MEC.

"Esse pré-teste é elaborado pelo Inep em anos anteriores, com itens que podem ou não cair na prova, para garantir a qualidade do item aplicado no Enem", esclareceu Camilo Santana.

O Inep solicitou que a Polícia Federal investigue a autoria e conduta da live nas redes sociais que divulgou questões semelhantes às do Enem. O instituto também pediu a responsabilização dos envolvidos por eventual quebra de confidencialidade ou ato de má-fé na divulgação indevida de questões sigilosas.

"Nós acionamos a Polícia Federal porque as pessoas que fazem esse pré-teste têm compromisso de confidencialidade. Então, acionamos a Polícia Federal para tomar todas as medidas cabíveis e legais em relação a isso", concluiu o ministro.