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PM que matou Leandro Lo pede perdão à família do lutador após ser absolvido

Henrique Velozo, absolvido pelo Tribunal do Júri, afirma ter agido em legítima defesa e diz lamentar o desfecho trágico do caso

17/11/2025
PM que matou Leandro Lo pede perdão à família do lutador após ser absolvido
Leandro Lo - Foto: Reprodução / Instagram

O policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo em agosto de 2022, pediu perdão à família e aos amigos do atleta em um vídeo divulgado nesta segunda-feira, 17.

Velozo foi absolvido pelo Tribunal do Júri na última sexta-feira, 14, após o júri acatar a tese de legítima defesa apresentada por seus advogados. O vídeo com o pedido de desculpas foi enviado à imprensa pela defesa do PM.

"Eu vim aqui para pedir perdão. Eu tive três anos e três meses encarcerado e hoje eu posso dizer que tive uma experiência única. Eu tive um encontro genuíno com um Deus forte, um Deus poderoso que eu já conhecia, mas que hoje eu posso falar com toda certeza e convicção: Ele é comigo e está com a minha vida", declarou Velozo.

Em seguida, o policial reforçou o pedido: "Em nome dele, eu preciso fazer um pedido, que é um pedido de perdão: um pedido de perdão aos familiares, à mãe, ao pai, à irmã, aos amigos, e a todas as pessoas que amavam Leandro Lo".

No mesmo vídeo, Velozo relembrou o episódio em que atirou contra o lutador, ocorrido durante um show de pagode no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo. Segundo ele, foi colocado em uma situação extrema: "Mas também gostaria de esclarecer que, nesse dia, nesse trágico dia, fui colocado em um limite, um limite em que eu não gostaria de estar e onde eu tive que, infelizmente, sujar as minhas mãos para poder preservar a minha vida".

Após a absolvição, o policial foi solto no sábado, 15. No mesmo dia, a mãe de Leandro Lo utilizou as redes sociais para lamentar a decisão da Justiça e afirmou sentir-se como se estivesse enterrando o filho pela segunda vez. "É uma tristeza muito grande", declarou.

O crime ocorreu quando Velozo atirou na cabeça de Leandro Lo. De acordo com a reconstituição, testemunhas relataram que o policial foi imobilizado pelo lutador durante uma discussão, mas disparou contra o atleta assim que foi solto e fugiu em seguida. A defesa sustentou desde o início que Velozo agiu em legítima defesa.

Velozo chegou a ser preso no Presídio Militar Romão Gomes e foi excluído da Polícia Militar após decisão do Tribunal de Justiça Militar (TJM). Na Justiça comum, o Ministério Público denunciou o policial por homicídio triplamente qualificado, considerando motivo torpe, meio insidioso ou cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A denúncia foi aceita e Velozo tornou-se réu.

Em setembro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) oficializou a demissão de Velozo da PM no Diário Oficial. Entretanto, em outubro, uma liminar do desembargador Ricardo Dip, da Justiça de São Paulo, suspendeu o decreto e reintegrou o policial à corporação, embora ele tenha permanecido sob custódia até o último sábado.