No Circuito Penedo de Cinema, a comunicação não é apenas suporte: ela é narrativa, ponte, registro e voz. Ela atravessa o festival em todas as direções, dos stories feitos no calor do momento ao cartaz que carrega a memória de 15 anos. É por meio dela que o evento alcança plateias, constrói diálogo e se torna história.

Para o coordenador-geral Sérgio Onofre, essa função vai além da divulgação, é estratégia de sobrevivência cultural:

“Vivemos no mundo da informação, no mundo da imagem. Hoje, você não consegue entender a juventude sem a imagem: tudo é um clique. Um evento essencialmente de imagem e som, como o cinema, precisa dialogar com as redes e as plataformas para existir.”

Ele lembra que muitos penedenses nunca haviam pisado em uma sala de cinema até a reabertura do Cine Penedo em 2023.

“A comunicação também é educação para o cinema: formar público jovem e reconectar aqueles que ficaram décadas sem essa experiência.”, conta o coordenador.

A teia da comunicação: Pessoas que fazem o Circuito existir

Gerenciar essa rede de ideias, vozes e olhares não é tarefa fácil. Roberto Miranda, coordenador de Comunicação, define o trabalho como um constante exercício de escuta, improviso e sensibilidade:

“No Circuito, cada um pensa diferente. Tem divergência, mas com diálogo, paciência e até alguns puxões de orelha, a gente converge para um propósito maior: levar cada detalhe para fora, com significado.”

Ele destaca que esse ‘tino jornalístico’, essa capacidade de ver beleza nas coisas cotidianas, é fundamental: “Alguns jornalistas só aprenderam a enxergar violência ou urgência. Aqui, a gente tem que perceber o lado humano, afetivo, cultural.”

Trocas, aprendizado e redes que respiram o festival

Do lado operacional, a monitora Eduarda Santiago descreve sua rotina como um trabalho vivo, ela passa horas nas redes, captura vídeos, troca conteúdo com outros jornalistas, edita, envia, posta:

“Somos três na equipe de redes. Eu gravo, tiro fotos básicas, edito tudo e mando para nosso coordenador, que decide se vai para story ou reels.”, conta a monitora que participou do Circuito pela primeira vez.

Mas o que mais impressiona para ela é a cooperação: “Se alguém de texto precisa de vídeo, a gente divide. Se eu preciso de uma legenda, pego um trecho da matéria. É todo mundo construindo junto.”

Eduarda lembra um dos momentos mais marcantes: na sexta-feira, assistiu à feirinha cultural cheia de gente, com os artistas da terra sendo aplaudidos, emocionando a plateia.

“Foi lindo ver a comunidade vibrar com pessoas da nossa região, muitas vezes esquecidas.”

As lentes que guardam histórias

Para Valberth Nunes, videomaker, o grande dilema é traduzir em vídeo a pluralidade de ações do festival: “São várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, cada uma com sua atmosfera e público. Mas preciso manter uma estética única para o Circuito.”

Ele chama seu estilo de ‘adaptativo’: antenado tanto para a grandiosidade quanto para o detalhe.

E o momento que mais o tocou?

“A canoa de tolda. Capturar aquilo na imagem foi mais do que registrar: foi trazer à tona um símbolo de história, cultura e identidade.”

Já a fotógrafa Kamylla Feitosa aposta no cuidado minimalista:  “Busco registrar o sentimento, a expressão das pessoas diante do cinema, da música, da arte. Evito o uso do flash para não atrapalhar a experiência, deixo que a luz do evento conte a própria história.”

Para ela, conciliar o olhar documental com a estética artística é um exercício constante, que se reflete no enquadramento, na escolha entre planos abertos ou fechados. Ela resume:

“São histórias vividas que precisam ser guardadas. E eu sou só a testemunha com câmera.”

Em suas seis edições no evento, cada vez mais, Kamylla sente que seu trabalho contribui para a memória do Circuito.

A cor, a forma e a identidade visual

No plano visual, a designer Gabriella Buarque abraça a história do próprio festival:

“Para os 15 anos do Circuito, escolhi um elemento visual de cada edição anterior, algo que me parecesse marcante. Transformei tudo em aquarela, conectando passado e presente.”

Isso, segundo ela, cria uma identidade rica e emocional, mas também funcional: “São muitas peças: outdoors, panfletos, camisetas, redes sociais e tudo precisa ter uma linguagem comum. Não é simples, mas ver o resultado final me dá uma satisfação enorme.”

Por sua vez, a social media Nanna Buarque, que já participou como público por muitos anos antes de entrar para a equipe, fala da responsabilidade de traduzir o sentimento do evento para quem está online:

“Queremos que as pessoas sintam o que está acontecendo em Penedo: as oficinas, os shows, os encontros, cada conversa nos bastidores. Nas redes, a ideia é informar, mas também acolher, emocionar e convidar.”

Ela conta que os prazos são desafiadores: “a arte muda na hora… o texto precisa virar post quase imediatamente”, mas isso faz parte da beleza: “A comunicação do Circuito respira junto com o festival.”

Mais do que registrar, os profissionais de comunicação do Circuito Penedo de Cinema constroem uma narrativa coletiva. Eles não apenas documentam: participam, sentem e traduzem o evento para o público.

O resultado é mais que cobertura jornalística, é um acervo afetivo, histórico e simbólico. Um elo entre Penedo e seu público de longe ou de perto.

Porque, no fim, o Circuito não vive só dentro das salas de exibição.

Ele vive nas redes, nas fotos, nas matérias que vão para a imprensa, nos vídeos, nas artes e nas pessoas que trabalham para que tudo isso importe agora e nos anos que virão.

Equipe de Comunicação Circuito Penedo de Cinema edição de 15 anos

Coordenação Geral

Roberto Miranda – Coordenador Geral

Jornalismo

Vanessa Siqueira

Sinara Beserra

Larissa Cristovão

Redes Sociais / Social Media

Fábio Sissino

Nanna Buarque

Eduarda Santiago

Gabrielle Barros

Design e Web

Dinho Alves – Web Designer

Gabriella Buarque – Design Gráfico

Risel Cordeiro – Design e tratamento de fotografias

Audiovisual / Vídeo

Machado Júnior – Coordenador

Eduarda Marques

Valberth Nunes

Fotografia

Adriano Arantos – Coordenador

Bruno Vieira

Kamylla Feitosa

Ana Araujo

Projeção e Técnica

Deylson Araújo (DD) – Coordenador

Sobre o Circuito

A 15ª edição do Circuito Penedo de Cinema acontece entre os dias 10 e 16 de novembro. O evento é promovido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult-AL), e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS). Conta ainda com o patrocínio da Prefeitura de Penedo, do Sebrae e do IMA. E apoio da Mistika, DOT, Fórum dos Festivais, Cardume, Fredyart, Super Connect e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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