Um relatório divulgado pela consultoria de risco Verisk Maplecroft revela que a maioria das economias emergentes, entre elas Brasil, Índia e China, demonstrou resiliência diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos. O documento destaca que o comércio internacional tornou-se mais multipolar e menos suscetível a pressões unilaterais.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o analista geopolítico Hugo Albuquerque avalia que políticas tarifárias como as implementadas por Washington tendem a ser ineficazes, pois "quem compra é porque precisa, e quem vende também". Segundo Albuquerque, muitas vezes quem vende pode ter uma urgência ainda maior do que quem compra.

Um dos fatores que explicam a resiliência brasileira, aponta o analista, é o amplo mercado interno do país, capaz de absorver o aumento da oferta e minimizar impactos das tarifas norte-americanas.

Para Albuquerque e o cientista político Diego Pautasso, há ainda um componente geopolítico fundamental: a ascensão da multipolaridade, que ampliou o protagonismo do Sul Global. Segundo Pautasso, "os países do BRICS funcionam como âncora, pois são grandes mercados, têm capacidade tecnológica em diversos setores e podem realizar investimentos. Isso representa, para países menores, uma oportunidade mais robusta de acesso a investimentos, tecnologias e a um comércio mais horizontalizado".

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