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Médica presa por matar ex-marido já havia ameaçado tirar a vida da filha e a dela própria, diz PM

Declarações da suspeita reforçam histórico de conflitos envolvendo guarda, denúncias de abuso e medidas protetivas; criança permanece sob cuidados da avó materna

Redação 17/11/2025
Médica presa por matar ex-marido já havia ameaçado tirar a vida da filha e a dela própria, diz PM
- Foto: Reprodução

A médica Nadia Tamyres, presa pelo assassinato do ex-marido, o também médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, 42, já havia declarado a pessoas próximas que, caso perdesse a guarda da filha, mataria a criança e em seguida tiraria a própria vida. A informação consta em relatório da Polícia Militar, divulgado após o crime registrado no domingo (16), em Arapiraca, Agreste de Alagoas.

Na semana anterior, uma audiência judicial havia definido que Alan poderia visitar a filha uma vez por semana — decisão que, segundo o informe policial, deixou Nadia “irresignada”. Inconformada com o andamento da disputa pela guarda, ela teria confidenciado a intenção de cometer um duplo homicídio seguido de suicídio.

Após os disparos que mataram o médico dentro de um carro estacionado em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Sítio Capim, militares foram em busca da filha do ex-casal. A criança, que estava sob os cuidados da avó materna, foi localizada em segurança. O Conselho Tutelar foi acionado e, após análise judicial, manteve a guarda provisória com a avó.

Denúncias e alegações da suspeita

Em depoimento aos policiais, Nadia afirmou que denunciou o ex-marido por abuso sexual contra a filha cerca de um ano e meio atrás e que, desde então, vinha sendo ameaçada. Segundo ela, a Justiça havia concedido uma medida protetiva que determinava distância mínima de 300 metros entre os dois.

A médica contou que, ao retornar para casa na tarde do crime, viu o carro de Alan parado sob uma árvore próximo à cunhada — que é casada com seu irmão — e suspeitou de uma possível emboscada. Ela afirmou ainda possuir porte de arma desde 2020 e disse ter agido por medo.

Nadia relatou que as ameaças também envolveriam um primo de Alan, descrito por ela como ex-reeducando do sistema prisional. Por esse motivo, afirmou, recebeu outra medida protetiva.

O crime

O médico Alan Carlos foi morto a tiros enquanto estava no banco do motorista de seu veículo, estacionado em frente à UBS do Sítio Capim. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento posterior ao ataque, quando a vítima aparece sem vida, amparada por uma mulher que seria sua cunhada.

Horas depois, Nadia foi localizada e presa em Maceió com a arma usada no crime. Ela permanece à disposição da Justiça enquanto o caso segue sob investigação.