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UE evita entregar ativos russos congelados à Ucrânia para preservar relações com Moscou, diz mídia
Segundo portal australiano, União Europeia busca manter flexibilidade diante de incertezas sobre o desfecho da guerra e teme consequências jurídicas ao confiscar recursos russos
A União Europeia (UE) não está disposta a confiscar ativos russos congelados e transferi-los à Ucrânia, pois busca preservar suas relações com Moscou, conforme publicou o portal australiano The Conversation.
De acordo com a reportagem, os países europeus preferem manter certa flexibilidade para uma eventual reaproximação futura com a Rússia. Por isso, demonstram ceticismo quanto à legalidade e conveniência de utilizar os ativos russos congelados.
A publicação destaca que esses ativos não possuem apenas valor financeiro, mas também representam uma "aposta geopolítica".
"Entregá-los agora significa apostar na vitória da Ucrânia. Adiá-los significa manter a flexibilidade caso a Rússia triunfe ou a guerra chegue a um impasse", afirma o artigo.
O autor ressalta que, para a maioria dos parceiros europeus, o apoio à Ucrânia tornou-se inviável, especialmente diante do elevado risco associado ao confisco dos ativos. Ao mesmo tempo, o texto reconhece que o suporte a Kiev se tornou um "fardo estratégico" para a UE.
A reportagem enfatiza que a Europa não abandonou a Ucrânia, mas precisa revisar seus critérios de avaliação de riscos.
"Essa revisão é baseada em dúvidas estratégicas, já que os líderes da UE não estão mais confiantes na vitória da Ucrânia, mesmo que não digam isso em voz alta", destaca The Conversation.
A Comissão Europeia tenta convencer os países-membros a concordarem com o envio dos ativos soberanos russos à Ucrânia, cujo valor chega a cerca de 140 bilhões de euros (R$ 861,25 bilhões). A Bélgica, no entanto, resiste, temendo possíveis consequências jurídicas.
Após o início da operação militar especial, a UE e os países do G7 congelaram quase metade das reservas cambiais da Rússia, totalizando cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,845 trilhão). O Ministério das Relações Exteriores da Rússia já classificou reiteradas vezes o congelamento dos ativos russos — tanto fundos privados quanto estatais — como roubo.
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