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Jara e Kast avançam ao segundo turno com disputa acirrada no Chile
Com 40% das urnas apuradas, comunista e conservador lideram corrida presidencial; alianças e cenário de segurança pública marcam reta final
Jeannette Jara, do Partido Comunista, e José Antonio Kast, do Partido Republicano, disputarão o segundo turno das eleições presidenciais do Chile em 14 de dezembro. Às 20h deste domingo (16), com 40% das urnas apuradas, Jara somava 26,45% dos votos, enquanto Kast registrava 24,46%. Franco Parisi aparecia em terceiro lugar, com 18,62%, seguido por Johannes Kaiser (13,92%) e Evelyn Matthei (13,47%). Após a divulgação dos resultados parciais, Kaiser e Matthei anunciaram apoio à candidatura de Kast.
Jara, de 51 anos, foi ministra do Trabalho no governo Gabriel Boric e defende medidas como o fim do sigilo bancário para combater o crime organizado, o fortalecimento do controle de fronteiras e a ampliação dos programas de saúde pública.
Kast, 59 anos, promete deportar 337 mil imigrantes sem documentos, instalar cercas nas fronteiras e reduzir impostos para empresas, em uma plataforma de forte apelo conservador.
O contexto eleitoral é marcado por uma escalada na violência. Segundo o Ministério Público chileno, o país registrou 868 sequestros em 2024, alta de 76% em relação a 2021. A taxa de homicídios saltou de 2,5 para 6 por 100 mil habitantes na última década, um aumento de 140%. A atuação da gangue venezuelana Tren de Aragua em crimes como sequestro e extorsão preocupa autoridades e eleitores.
A população imigrante no Chile dobrou em sete anos, passando de 4,4% para 8,8% do total, o que representa 1,76 milhão de pessoas em um país de 20 milhões de habitantes.
Pesquisas de intenção de voto apontam desvantagem de Jara em todos os cenários de segundo turno. O apoio de Kaiser e Matthei a Kast tende a reforçar esse quadro.
Na economia, o Chile projeta crescimento de 2,5% do PIB em 2025 e 2026, índice inferior à média das últimas décadas.
Mais de 15,6 milhões de eleitores foram às urnas neste domingo para escolher presidente, renovar toda a Câmara dos Deputados e metade do Senado. A votação ocorreu entre 8h e 18h, pelo horário de Brasília.
O vencedor do segundo turno assumirá a presidência em março de 2026, sucedendo Gabriel Boric.
A apuração dos votos para o Congresso deve ser mais demorada devido à complexidade do sistema eleitoral chileno, que envolve cinco listas partidárias e dezenas de candidatos independentes.
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