O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a condenar neste sábado (15) as ações militares dos Estados Unidos no Caribe, fazendo um apelo direto à população norte-americana pela paz.

"Ao povo e à juventude dos Estados Unidos, reitero nossa mensagem, do coração dos humildes, dos homens e mulheres do povo, de Petare: parem as mentes e as mãos enlouquecidas que querem levar os Estados Unidos novamente a uma guerra eterna, a uma guerra criminosa na América do Sul e em todo o Caribe", declarou Maduro.

Na última quinta-feira (13), o secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou o início da operação "Lança do Sul", supostamente destinada ao combate ao tráfico de drogas na região.

O anúncio marcou uma escalada das ações militares de Washington no mar do Caribe e no Pacífico. Segundo informações, ao menos 80 pessoas morreram em 17 bombardeios recentes realizados por militares norte-americanos.

A decisão partiu do presidente dos EUA, Donald Trump, que ordenou uma operação militar contra grupos classificados como narcoterroristas na América Latina. Apesar da ordem, Trump afirmou ontem (14) que "não pode dizer" o que fará a seguir.

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do qual Maduro faz parte, denunciou por meio de comunicado que as ações de Washington, envolvendo o deslocamento militar em águas próximas à Venezuela, têm como objetivo "desencadear ações violentas e semear um conflito na região".

De acordo com o partido, os "bombardeios injustificados" realizados sob o pretexto de combater o narcotráfico fazem parte de uma estratégia dos EUA para transformar a Venezuela na "porta de entrada" para uma nova "dominação abertamente colonialista" na América Latina e no Caribe.

O PSUV também acusa a Casa Branca de tentar "infectar a região com morte, destruição e ódio", comparando as práticas à "exterminação brutal" observada na Faixa de Gaza.