Primeira embarcação tradicional brasileira será recuperada por meio de projeto que envolve a Prefeitura de Penedo, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a ONG Sociedade Canoa de Tolda

Um ícone da navegação no Rio São Francisco entre Alagoas e Sergipe, levando pessoas e cargas entre a foz do Velho Chico e as cidades sertanejas ribeirinhas dos dois estados, a canoa de tolda Luzitânia está em Penedo.

Transportada em cima de uma carreta de Traipu até a capital do Baixo São Francisco, a chegada da Luzitância aconteceu nesta sexta-feira, 14, data que marca mais uma etapa da embarcação restaurada pela Sociedade Socioambiental Canoa de Tolda, proprietária desse patrimônio tombado pelo Iphan.

“Abrir as portas de Penedo para a Luzitânia é acolher um pedaço da alma do Velho Chico e agora, junto com o Iphan, a Ufal e a Sociedade Canoa de Tolda, iniciamos esse projeto que vvisa assegurar o restauro, a preservação e o retorno seguro dessa joia do nosso patrimônio às águas do rio São Francisco”, ressalta o prefeito Ronaldo Lopes.

“Hoje é um dia emblemático para a preservação do patrimônio nacional. Temos a satisfação de anunciar a chegada da canoa de toda Luzitânia, a primeira embarcação tombada como patrimônio do Brasil pelo Iphan e nós vamos acomodá-la nesse estaleiro”, explica o professor Igor da Mata, docente do curso de Engenharia de Pesca da Ufal em Penedo e coordenador do projeto, referindo-se ao espaço cedido pela prefeitura.

“O que nós almejamos, ao final, é o estabelecimento de um Museu do Rio em um estaleiro modelo, reunindo todas essas instituições para termos esse equipamento que é realmente muito importante para o turismo e para a preservação da cultura do Baixo de São Francisco e do Brasil”, acrescenta igor da Mata.

Representando o Iphan Alagoas, o historiador Maicon Marcante, destaca outras ações do esforço coletivo. “Nós vamos desenvolver ações de educação patrimonial, ações de documentação do trabalho de conservação e preservação da canoa de tolda Luzitânia para que ela possa, de fato, receber os cuidados que merece, em parceria com a proprietária da embarcação, que é a Sociedade Canoa de Tolda”.

“Esse é um trabalho amplo do Iphan, que envolve outros estaleiros modelos em todo o Brasil, sob a coordenação geral de Brasília, com o apoio do Iphan Alagoas e também do Iphan Sergipe. É uma ação que busca também aproximar esse bem tão importante para o Baixo São Francisco de toda a população dos dois estados, especialmente das cidades às margens do São Francisco. E nada mais importante, nada mais adequado do que realizar esse trabalho em Penedo, uma cidade que se desenvolveu, que teve todo o seu esplendor em função do comércio e das transações econômicas pelo rio São Francisco, e certamente a canoa Luzitânia, ainda como a canoa de tolda Rio Branco, navegou esse trajeto de Penedo a Piranhas inúmeras vezes”, conclui o historiador.

Galeria de fotos