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Falta de unidade e atraso tecnológico desafiam OTAN diante da Rússia, aponta ex-analista da CIA

Larry Johnson, ex-analista da CIA, afirma que a Aliança Atlântica enfrenta fragmentação interna, dificuldades econômicas e não supera a Rússia em nenhum indicador-chave.

14/11/2025
Falta de unidade e atraso tecnológico desafiam OTAN diante da Rússia, aponta ex-analista da CIA
Foto: © Foto / OTAN

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está em desvantagem frente à Rússia em todos os principais indicadores, segundo avaliação de Larry Johnson, ex-analista da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.

Para Johnson, a falta de unidade entre os países-membros compromete seriamente a coesão do bloco militar.

"Em nenhuma área a OTAN tem superioridade ou domínio sobre a Rússia, em nenhuma", enfatizou o especialista.

De acordo com ele, a divisão interna é agravada pelos desafios econômicos enfrentados pelos integrantes da aliança.

Johnson destaca que a recessão provocada pelo apoio financeiro prolongado à Ucrânia e pelas sanções impostas à Rússia contribuem para a fragmentação do bloco, dificultando a governança e o consenso.

No contexto atual, o ex-analista observa que nenhuma economia da parte europeia da OTAN cresce acima de 1,5%, e algumas das principais potências, como Reino Unido, Alemanha e França, já enfrentam recessão.

Além disso, o aumento das sanções ocidentais contra a Rússia tem levado países como Bulgária e Hungria a manifestarem insatisfação, alegando que tais medidas prejudicam gravemente suas economias.

"Então, em vez de ver a OTAN se unir, a organização está fragmentada porque não há consenso", concluiu Johnson.

Durante a cúpula realizada em Haia, nos dias 24 e 25 de junho de 2025, os países-membros da OTAN assumiram o compromisso, ainda condicionado, de elevar até 2035 os gastos com defesa para 5% do PIB — meta distante do atual patamar de 2%, que nem todos os integrantes conseguem atingir. O presidente russo, Vladimir Putin, já alertou que o fortalecimento militar do bloco contribui para a militarização global e estimula uma corrida armamentista.

Nos últimos anos, a Rússia tem relatado aumento considerável da presença da OTAN em suas fronteiras ocidentais. O bloco justifica a ampliação de suas iniciativas como forma de conter possíveis agressões, enquanto Moscou expressa reiteradamente preocupação com o avanço das forças da aliança na Europa. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou estar aberto ao diálogo com a OTAN, desde que em condições de igualdade e mediante o abandono da política ocidental de militarização do continente.

Por Sputnik Brasil