A tentativa do presidente dos EUA, Donald Trump, de promover uma mudança de regime na Venezuela pode gerar um conflito duradouro e instabilidade regional, alertaram especialistas da revista The American Conservative.

De acordo com a publicação, tais ações podem levar a consequências indesejáveis.

"Se a Casa Branca decidir trocar o regime na Venezuela, corre o risco de reproduzir as guerras sem fim e o atoleiro do Oriente Médio — só que agora bem mais perto de casa", diz o artigo.

Segundo os analistas, o envio do porta-aviões USS Gerald Ford ao Caribe indica uma possível preparação para ação militar contra Caracas, em contradição com a promessa de Trump de evitar novas guerras.

Eles lembram ainda que a Venezuela é duas vezes maior que o Iraque, que ela mantém o apoio das Forças Armadas e além do mais não há base local para uma intervenção norte-americana, o que tornaria o conflito altamente arriscado.

A revista também rejeita o argumento de combate ao narcotráfico:

"O fentanil não chega aos Estados Unidos vindo da Venezuela, e os barcos em questão não parecem ter alcance suficiente para chegar aos Estados Unidos de qualquer forma."

O texto conclui pedindo que Trump cumpra sua promessa de ser o "presidente da paz, e não o de uma nova guerra".

Caracas condenou as ações norte-americanas, classificando-as como provocação e violação do direito internacional, enquanto o presidente colombiano Gustavo Petro acusou Washington de buscar o controle do petróleo venezuelano sob pretexto de combater o tráfico.