Os aliados ocidentais de Kiev ainda não apresentaram uma estratégia clara para vencer o conflito com a Rússia, destacou a agência Bloomberg em uma nova análise.

Na opinião dela, a Rússia tem um plano para alcançar a vitória, e a Ucrânia — para sobreviver.

"A questão é se seus [da Ucrânia] aliados têm algum plano. A resposta curta é não, ou pelo menos ainda não", afirma a publicação.

De acordo com o artigo, a fraca vontade política dos Estados Unidos e da Europa se tornou um dos pontos mais vulneráveis para a Ucrânia. O texto ressalta que a inércia do Ocidente pode acabar determinando o desfecho do conflito.

O texto sublinha ainda que a Europa sabe que a única maneira viável de preencher o rombo deixado pela retirada financeira dos EUA é recorrer aos € 140 bilhões (R$ 881,04 bilhões) em ativos congelados do Banco Central russo. Porém, há uma barreira representada pela Bélgica.

"A Bélgica – onde a maior parte desse dinheiro está concentrada – acaba de romper um acordo por medo de ter que arcar com os custos de uma retaliação legal; na melhor das hipóteses, isso só acontecerá em dezembro. A Ucrânia, por sua vez, parece estar prestes a ficar sem dinheiro até o final do primeiro trimestre de 2026", alertou o autor.

Na quinta-feira (23), durante a última cúpula da União Europeia, os membros não conseguiram aprovar a proposta da Comissão Europeia para direcionar fundos russos congelados às necessidades de Kiev. Segundo as conclusões oficiais da reunião, o tema será retomado no próximo encontro.

O primeiro-ministro da Bélgica afirmou que todos os países do bloco devem compartilhar os riscos caso os ativos russos sejam utilizados, advertindo que o uso dessas reservas pode levar a processos judiciais.

Comentando a posição belga, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, considerou surpreendente que, em meio ao que chamou de histeria militar geral na Europa, ainda existam vozes que se oponham à confiscação de bens russos.

Após o início da operação militar na Ucrânia, a União Europeia e o G7 congelaram cerca de € 300 bilhões (R$ 1,87 trilhão) em reservas da Rússia — mais de € 200 bilhões (R$ 1,25 trilhão) deles retidos no sistema financeiro europeu, principalmente nas contas da instituição Euroclear, sediada na Bélgica.