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Ex-vice-prefeita Verônica Medeiros denuncia “Caçada Institucional” e diz que ex-prefeito quer tirar do ar o Programa A Notícia apresentado por Claudio André
Em entrevista à Rádio Francês FM, retransmitida pela Cacique FM, médica veterana acusa Júlio Cezar de perseguição política; alvo seria o programa jornalístico que ela apoia e que incomoda o governo municipal
A médica Verônica Medeiros, 67 anos, ex-vice-prefeita de Palmeira dos Índios e servidora pública concursada, afirmou estar sendo vítima de uma “caçada institucional” conduzida pelo prefeito Júlio Cezar (MDB) e seus assessores. A denúncia foi feita em entrevista concedida na sexta-feira (24) ao radialista Cláudio André, no programa A Notícia, transmitido pela Rádio Francês FM e retransmitido pela Rádio Cacique FM.
Na entrevista, Verônica — que também é médica com 44 anos de atuação no município — acusou o prefeito de promover uma série de retaliações políticas com o objetivo de silenciar vozes independentes e críticas ao governo. Segundo ela, o principal alvo de Júlio Cezar seria justamente o programa A Notícia, conhecido por abordar temas de interesse público e por dar espaço à oposição.
“O prefeito quer calar o programa, quer tirar o A Notícia do ar. E como não pode fazer isso diretamente, tenta nos atingir de outras formas”, disse a médica.
A ex-vice-prefeita revelou ainda que ela e sua família dirigem a Rádio Francês FM, emissora sediada em Palmeira dos Índios, e acredita que as pressões políticas tenham relação direta com o papel jornalístico da rádio e sua linha editorial crítica à gestão.
Perseguição e negação de direitos
Segundo Verônica, a perseguição começou após críticas feitas no próprio programa de rádio, e se intensificou com a negação de direitos como cessão e licença prêmio. Diagnosticada com tendinite, síndrome do túnel do carpo e ansiedade, a médica afirma ter solicitado cessão para trabalhar em Maceió, onde poderia exercer uma função administrativa que não exigisse esforço manual — mas o pedido foi bloqueado.
“No segundo mandato ele liberou, mas agora, no terceiro, não liberou mais. Disseram que eu só seria liberada se tivesse uma conversa com ele ou com a prefeita Tia Júlia. Eu recusei, porque não sou da equipe e não tenho o que conversar”, relatou.
A médica acredita que a exigência da “conversa” tinha motivação política:
“Tenho certeza que era pra tentar me calar, pra oferecer algo em troca, ou pra que eu tirasse o programa do ar.”
Além disso, Verônica afirma que seu pedido de licença prêmio foi negado, mesmo com mais de dez anos de serviço efetivo. Segundo ela, outra médica, identificada como Dra. Eles, teria obtido seis meses de licença, mas seu requerimento foi recusado “de jeito nenhum”.
“Querem me forçar a perder o concurso, um dos mais difíceis que já existiu aqui. Mas eu não vou desistir”, garantiu.
A ex-vice-prefeita informou que pretende acionar o Ministério Público para garantir seus direitos como servidora pública.
Solidariedade e denúncias de outros servidores
A entrevista gerou grande repercussão nas redes e entre servidores municipais. O Dr. Vladimir Barros, também servidor concursado, manifestou solidariedade à colega e afirmou ser alvo de perseguição há mais de seis anos.
“É uma caçada institucional orquestrada pelo ex-imperador e seus asseclas. Há um esquema de intimidação para punir e humilhar quem pensa diferente. O serviço público está sendo tratado como feudo pessoal”, denunciou.
Silenciamento e autoritarismo
As declarações de Verônica Medeiros expõe um ambiente de pressão e medo dentro da administração municipal, onde servidores que não se alinham politicamente ao grupo do prefeito dizem sofrer represálias diretas.
Encerrando a entrevista, a ex-vice-prefeita fez um apelo pela legalidade e pela liberdade de expressão:
“Eu sempre servi a Palmeira com ética, respeito e amor. O que não posso aceitar é o abuso de poder e a tentativa de calar a verdade. Isso não é democracia, é autoritarismo.”
A Tribuna do Sertão entrou em contato com a Prefeitura de Palmeira dos Índios para comentar as denúncias, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. Ouça abaixo a entrevista na íntegra
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