A megaoperação policial realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, terminou com 60 mortos — entre eles, quatro policiais. A ação, que reuniu cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, foi classificada pelo governador Cláudio Castro como a maior ofensiva já feita contra o Comando Vermelho no estado.

Durante a operação, criminosos reagiram com barricadas, drones, bombas e disparos de fuzil. O confronto se estendeu por horas e provocou pânico entre moradores das comunidades. Segundo a Polícia Civil, além das mortes, 81 pessoas foram presas e um grande arsenal foi apreendido, incluindo pelo menos 75 fuzis.

As forças de segurança informaram que o objetivo da ação era prender lideranças do tráfico de drogas e desarticular núcleos armados ligados ao Comando Vermelho, que controla parte das comunidades da região. A operação contou com o apoio de blindados e aeronaves, além do uso de tecnologia de rastreamento e monitoramento aéreo.

Em entrevista coletiva, o governador Cláudio Castro lamentou as mortes dos agentes e destacou o impacto da ação. “Essa foi a maior operação já realizada contra o crime organizado no Rio de Janeiro. Não há vitória a se comemorar quando perdemos vidas, mas é uma resposta necessária ao poder armado que aterroriza as comunidades”, afirmou.

A Secretaria de Segurança Pública informou que as investigações seguem para identificar os criminosos mortos e apurar as circunstâncias dos confrontos. A operação foi a mais letal da história recente do estado e reacendeu o debate sobre a violência e a política de segurança nas favelas do Rio.