Geral

Donos de clínica de reabilitação viram réus por tortura e abusos contra pacientes em Marechal

Casal já havia sido preso após a morte da esteticista Cláudia Pollyane; novas denúncias revelam violência e coerção sexual dentro da unidade

Redação 28/10/2025
Donos de clínica de reabilitação viram réus por tortura e abusos contra pacientes em Marechal
Foto/Reprodução PC-AL

A Justiça de Alagoas aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPAL) contra Maurício Anchieta de Souza e Geralda Anchieta, proprietários da clínica de reabilitação Luz e Vida, em Marechal Deodoro. O casal agora é réu por crimes de tortura, maus-tratos e abusos cometidos contra pacientes internados na instituição.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, ex-internos relataram que eram agredidos física e verbalmente com frequência e submetidos a condições degradantes durante o tratamento. Um dos depoimentos revelou ainda que uma das pacientes era obrigada a manter relações sexuais com o proprietário da clínica.

Com o acolhimento da denúncia, o casal passa oficialmente à condição de réu e terá prazo legal para apresentar defesa. A ação penal tramita de forma independente do caso de maior repercussão envolvendo o mesmo estabelecimento — o assassinato da esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, de 41 anos.

A clínica Luz e Vida foi interditada em agosto, após o corpo de Cláudia ser encontrado com hematomas e sinais de violência dentro da unidade. Durante uma operação conjunta da Polícia Civil, Instituto de Criminalística e órgãos de fiscalização, foram encontradas manchas de sangue nas paredes de um quarto conhecido pelos internos como “o quarto do castigo”.

O proprietário da clínica foi preso três dias depois, em um motel no bairro Jacarecica, em Maceió. Já a esposa dele havia sido detida anteriormente, acusada de abusar sexualmente de uma adolescente de 16 anos internada no local.

A morte de Cláudia Pollyane segue sendo investigada em um inquérito separado, enquanto os novos crimes denunciados — envolvendo outros pacientes — agora serão analisados pela Justiça.