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Mensagens indicam tentativa de empresário da Farra do INSS de influenciar CPMI no Congresso
Mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular do empresário Maurício Camisotti, apontado como um dos líderes do esquema bilionário conhecido como Farra do INSS, revelam tentativas de influenciar os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes contra aposentados.
De acordo com o relatório da PF, Camisotti — preso desde setembro — trocou mensagens com o advogado Nelson Wilians e com um contato identificado apenas como “GS-USA”, nas quais discutia estratégias para tentar interferir em requerimentos e convocações da comissão. Nas conversas, ele citou os nomes de três parlamentares que poderiam ser abordados por aliados para protegê-lo.
Entre os nomes mencionados estão o senador Izalci Lucas (PL-DF), autor de pedidos de convocação de Camisotti e de sua esposa, e os deputados Luciano Zucco (PL-RS) e Paulo Pimenta (PT-RS). Todos negaram qualquer tipo de contato ou envolvimento com o empresário.
As mensagens foram trocadas entre 22 de agosto e 11 de setembro, período em que a CPMI foi instalada. No dia seguinte à última troca, Camisotti foi preso na Operação Sem Desconto, junto ao lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Segundo a PF, o empresário era beneficiário final dos recursos desviados por entidades que descontavam valores indevidos de aposentados.
Nas trocas com o contato “GS-USA”, o interlocutor cita supostas reuniões em Brasília e São Paulo, incluindo um encontro em uma churrascaria com parlamentares — informação que foi negada pelos envolvidos. O deputado Zucco, por exemplo, chamou os autores das mensagens de “lobistas vagabundos” e disse que quer todos os culpados “mofando na cadeia”.
Em nota, as defesas de Camisotti, Wilians e Rodrigo Califoni (executivo ligado ao empresário) afirmaram que as conversas são lícitas e fazem parte de tratativas profissionais, sem relação com tentativa de obstrução de Justiça.
A PF, no entanto, destacou que as mensagens demonstram o poder de articulação de Camisotti junto a estruturas políticas e econômicas, ainda que não configurem crime de forma isolada. O empresário segue preso na sede da Polícia Federal em São Paulo, enquanto a CPMI do INSS continua investigando o esquema que pode ter desviado quase R$ 1 bilhão de aposentados e pensionistas.
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