O Tribunal Penal Internacional (TPI) é deficiente por ceder a pressões e chantagens e, por não contar com forças policiais próprias, e depender dos Estados para deter os criminosos, , de acordo com o jornalista chileno e analista internacional, Pablo Jofré Leal, em entrevista a Sputnik.

O estudioso defendeu uma embora seja urgente uma mudança estrutural, ela não ocorrer "porque os poderes hegemônicos impedem que seja independente e eficaz”.

Segundo ele, o a Corte enfrenta críticas por seu duplo padrão: evita processar líderes ocidentais e protege regimes apoiados por potências como os Estados Unidos, o Reino Unido e Israel, mostrando uma justiça condicionada por interesses geopolíticos.

Nesse sentido, ele afirmou que "há uma ordem de detenção internacional contra Benjamin Netanyahu, e sua execução depende dos Estados; no entanto, esse organismo é muito seletivo em seus casos e concentra-se excessivamente nos países do Sul Global e na África".

O analista comentou ainda que "uma resolução internacional que impeça esse tipo de conduta requer um acordo global, e o único caminho formal seria por meio da ONU; contudo, ela está desacreditada — é um organismo zumbi, sem capacidade real de interferência nos conflitos internacionais".

Sobre a resolução do conflito na Faixa de Gaza, afirmou:

"Sou cético e pessimista; estamos falando de cerca de 200 mil mortos, diretos e indiretos, e diante de um genocídio dessa magnitude, que equivale a um holocausto, surge a pergunta: quem julgará os responsáveis israelenses?", opinou. "A única solução justa seria um tribunal penal internacional que os encarcerasse e executasse as decisões correspondentes, cumprindo com a justiça que a gravidade desses crimes exige”, concluiu.

O TPI foi criado em 2002 como o primeiro órgão permanente de justiça criminal internacional com competência para processar os responsáveis por genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes de agressão.

Vale ressaltar que o TPI não é reconhecido por uma fileira de países-membros da Organização das Nações Unidas, entre os quais a Rússia, os Estados Unidos, Israel, a China e alguns outros