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Asteroide raro é descoberto em órbita interna a Vênus e pode representar risco à Terra (IMAGENS)

Sputinik Brasil 22/10/2025
Asteroide raro é descoberto em órbita interna a Vênus e pode representar risco à Terra (IMAGENS)
Foto: © Foto / DOE/FNAL/DECam/CTIO/NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine

O Instituto Carnegie descobriu recentemente um raro asteroide com 700 metros de diâmetro orbitando inteiramente dentro da trajetória de Vênus, o que representa risco potencial à Terra, podendo causar um impacto catastrófico em nosso planeta. O objeto celeste, no entanto, é difícil de detectar por se esconder no brilho do Sol.

O Sistema Solar, em seus primórdios, era marcado por intensas colisões entre milhões de objetos rochosos. Esses impactos formaram os planetas rochosos que conhecemos hoje, enquanto os remanescentes dessas rochas se concentraram principalmente no cinturão de asteroides. No entanto, algumas dessas rochas ainda circulam em regiões de difícil observação, inclusive próximas à Terra, ocultas pelo brilho do Sol.

Recentemente, foi descoberto um novo asteroide chamado 2025 SC79, pertencente ao grupo Atira — asteroides cuja órbita está inteiramente dentro da órbita da Terra. Esse grupo é o menos numeroso entre os objetos próximos ao nosso planeta, e o 2025 SC79 é apenas o 39º membro. Sua detecção é desafiadora devido à sua baixa luminosidade, ofuscada pela luz solar.

Imagens da noite da descoberta de 2025 SC79 mostrando seu movimento em relação às estrelas de fundo
Imagens da noite da descoberta de 2025 SC79 mostrando seu movimento em relação às estrelas de fundo

O 2025 SC79 é o segundo asteroide conhecido com órbita completamente interna à de Vênus, cruzando também a órbita de Mercúrio. Ele completa uma volta ao redor do Sol em apenas 128 dias, sendo o terceiro asteroide com o menor período orbital registrado — atrás apenas de dois outros com 115 dias. Para efeito de comparação, Mercúrio leva 88 dias para orbitar o Sol.

A descoberta foi feita por Scott S. Sheppard, do Instituto Carnegie de Ciência, em 27 de setembro, utilizando a Câmera de Energia Escura do telescópio Blanco, da National Science Foundation (NSF) nos Estados Unidos. O asteroide tem cerca de 700 metros de diâmetro, o que, embora menor que o asteroide Chicxulub que extinguiu os dinossauros, ainda representa risco de impacto catastrófico em escala continental.

A confirmação da descoberta veio por meio de observações adicionais com os telescópios Gemini e Magellan. Sheppard destacou que os asteroides mais perigosos são justamente os mais difíceis de detectar, especialmente os que se escondem próximos ao Sol e só podem ser observados durante o crepúsculo. Esses asteroides "crepusculares" podem representar sérios riscos caso se aproximem da Terra.

Por ora, o 2025 SC79 está oculto atrás do Sol, impossibilitando novas observações. Quando reaparecer, os astrônomos buscarão entender melhor sua composição e origem. É possível que tenha sido deslocado do cinturão principal de asteroides e capturado pelo Sol. Compreender esses processos pode ajudar na proteção da Terra e no aprofundamento do conhecimento sobre a história do Sistema Solar.