O presidente do Peru, José Jerí, declarou nesta terça-feira (21) estado de emergência em Lima e na província vizinha de Callao por um período de 30 dias. O objetivo do decreto é enfrentar o crescente índice de violência que afeta o país e levou milhares de manifestantes às ruas. A situação também foi um dos motivos da queda de Dina Boluarte.

"O estado de emergência aprovado pelo Conselho de Ministros entra em vigor à meia-noite e terá duração de 30 dias, trazendo um novo enfoque na luta contra o crime", afirmou Jerí em pronunciamento nacional transmitido pela televisão.

Com a nova determinação, o governo busca planejar e executar ações conjuntas entre diferentes níveis do Estado para enfrentar com firmeza a onda de criminalidade que atinge o país andino.

"Passamos da defensiva para a ofensiva na luta contra o crime. Essa batalha vai nos permitir recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos. Guerras se vencem com ações, não com palavras", prometeu Jerí.

Já o primeiro-ministro Ernesto Álvarez explicou que o estado de emergência não será apenas simbólico, mas trará ações concretas e efetivas. Álvarez ressaltou ainda que o atual governo, formado como um gabinete de transição e reconciliação, busca trabalhar de forma apartidária e responsável.

Na última semana, diversas manifestações organizadas através de redes sociais tomaram as ruas de Peru. Durante os atos, jovens foram vistos incendiando objetos e atirando coquéteis molotov e outros objetos contra a polícia.

A chamada "guerra contra a delinquência" é a principal bandeira do governo de José Jerí, que assumiu a presidência em 10 de outubro, após a destituição de Dina Boluarte por "incapacidade" de enfrentar a crise de segurança pública no país.