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Policiais envolvidos na morte de Gabriel Lincoln são afastados pela Justiça em Alagoas
Decisão impede os militares de exercer funções até o fim do processo; investigação aponta que adolescente estava desarmado durante abordagem em Palmeira dos Índios

A Justiça de Alagoas determinou o afastamento preventivo dos policiais militares envolvidos na morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, ocorrida em Palmeira dos Índios, no Agreste alagoano.
Três policiais foram indiciados, sendo que um deles — o autor do disparo — responde por homicídio culposo. Os três também foram denunciados por fraude processual especial, crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade.
Inicialmente, os militares haviam sido retirados das ruas, mas continuavam exercendo funções administrativas. Com a nova decisão, eles estão proibidos de desempenhar qualquer atividade na corporação até o término do processo criminal.
O advogado Raimundo Palmeira, responsável pela defesa dos policiais, afirmou que ainda irá analisar a decisão judicial. “A defesa vai avaliar se acata ou se pede a revogação. Queremos que o processo ande rápido, pois há muitas provas a favor dos réus”, disse.
A investigação da Polícia Civil apontou que Gabriel estava desarmado no momento da perseguição e que os policiais apresentaram um revólver como se fosse da vítima, numa tentativa de simular legítima defesa. O disparo que matou o adolescente teria ocorrido de forma acidental, segundo o inquérito.
O Ministério Público de Alagoas, no entanto, discorda da conclusão e sustenta que o crime foi um homicídio com dolo eventual, qualificado pelo uso de recurso que impediu a defesa da vítima. Para o MP, o sargento do Pelopes assumiu o risco ao efetuar o disparo.
Gabriel, que estudava pela manhã e ajudava a família vendendo pizzas à noite, morreu no dia 3 de maio de 2025, após ser atingido nas costas durante uma perseguição policial. Segundo testemunhas, o jovem se assustou ao ser abordado e tentou fugir de moto.
O caso ganhou força após a divulgação do laudo residuográfico, solicitado pela defesa da família, que concluiu que não havia vestígios de pólvora nas mãos de Gabriel, reforçando que ele não chegou a disparar nenhuma arma.
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