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Moraes reabre inquérito sobre PF e Bolsonaro vira alvo de novas investigações no STF

Sputinik Brasil 19/10/2025
Moraes reabre inquérito sobre PF e Bolsonaro vira alvo de novas investigações no STF
Foto: © AP Photo / Luis Nova

O ministro Alexandre de Moraes reabriu o inquérito sobre possível interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF) a pedido da PGR. O ex-presidente já foi condenado por tentativa de golpe e é alvo de apurações sobre joias, espionagem e desinformação.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reabriu o inquérito que investiga se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou interferir na PF, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pretende cruzar dados desse caso com outras apurações sobre ataques ao sistema eleitoral e à democracia por meio da disseminação de desinformação.

Segundo o G1, a PGR busca integrar essa investigação com outra que apura uma organização criminosa suspeita de usar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) para espalhar desinformação. Bolsonaro também é alvo de outras ações no STF, incluindo a tentativa de golpe de Estado, pela qual já foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por cinco crimes, entre eles golpe de Estado e organização criminosa.

O inquérito sobre interferência na PF foi aberto em 2020 após denúncias de Sérgio Moro, que acusou Bolsonaro de pressionar pela troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro e pela exoneração de Maurício Valeixo. Bolsonaro negou irregularidades, alegando falta de interlocução. A PF concluiu que não houve crime, e a PGR pediu arquivamento, agora revertido.

Relembre os indiciamentos

Em outra frente, Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro são investigados por tentarem convencer os EUA a aplicar sanções ao Brasil, com o objetivo de interferir no julgamento da tentativa de golpe. O ministro Moraes determinou prisão domiciliar para Jair Bolsonaro e medidas restritivas, enquanto Eduardo foi denunciado pela PGR.

Bolsonaro também foi indiciado pela PF em 2024 por suspeita de ficar indevidamente com joias milionárias recebidas do governo da Arábia Saudita. As joias não foram registradas como patrimônio público e parte delas foi negociada nos EUA. Após a repercussão, aliados tentaram voltar a comprar os itens para os devolver.

Já em junho de 2025, a PF concluiu investigação sobre espionagem ilegal na Abin durante o governo Bolsonaro. Policiais e servidores teriam formado uma organização criminosa para invadir celulares e computadores de terceiros. Bolsonaro teria conhecimento e se beneficiado do esquema, mas não foi indiciado. Agora, a PGR decidirá se ele será responsabilizado.

Além disso, o ex-presidente também é investigado por possível envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023. Uma postagem feita por ele em 11 de janeiro, que questionava o sistema eleitoral, é vista como incentivo às invasões. Bolsonaro alegou que compartilhou o vídeo por engano.

Outras investigações incluem a live em que Bolsonaro associou, sem provas, a vacina contra a COVID-19 ao risco de AIDS, e outra em que divulgou dados sigilosos sobre o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A PGR pediu arquivamento de alguns casos, mas Moraes manteve os processos abertos. Em setembro, Flávio Dino autorizou a apuração sobre as conclusões da CPI da COVID, que recomendou o indiciamento de Bolsonaro por diversos crimes ligados à gestão da pandemia.