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Setor financeiro da Europa tem 'regulação excessiva e pouca competitividade', critica analista

Sputinik Brasil 19/10/2025
Setor financeiro da Europa tem 'regulação excessiva e pouca competitividade', critica analista
Foto: © AP Photo / Petros Giannakouris

Uma figura influente no setor de capital privado e investimentos afirmou à mídia britânica que a Europa está "em guerra consigo mesma" ao sufocar o setor financeiro com regulamentações excessivas, prejudicando investimentos e a competitividade com os EUA.

Em entrevista ao Financial Times (FT), Marc Rowan, CEO da Apollo Global Management, criticou duramente o ambiente regulatório europeu, afirmando que a região está "em guerra consigo mesma".

Durante o Encontro de Capital Privado promovido pelo FT, Rowan destacou que, apesar de sinais políticos favoráveis à assunção de riscos e aos mercados privados, a regulamentação não acompanha esse movimento. Ele apontou que os problemas enfrentados pelos EUA são ainda mais graves na Europa, onde há pouca ação concreta para reanimar a economia.

O alerta de Rowan ecoa preocupações já levantadas por Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), que identificou um "desafio existencial" para a produtividade europeia. Em seu relatório, Draghi apresentou cerca de 400 recomendações para melhorar a competitividade do continente.

Empresas de capital privado, como Apollo, Blackstone, KKR e Brookfield, veem oportunidades na Europa e planejam ampliar significativamente seus investimentos na próxima década. A Apollo já financiou projetos estratégicos como a fábrica de semicondutores da Intel na Irlanda e a usina nuclear Hinkley Point C no Reino Unido.

Rowan acredita que a Europa crescerá mais rápido que os EUA em capital privado, justamente por sua maior necessidade de investimentos. Ele observa que governos e empresas europeias estão recorrendo a esse tipo de financiamento para fortalecer setores como tecnologia, infraestrutura e defesa.

Apesar das críticas à Europa, Rowan também apontou falhas nos EUA, especialmente na gestão fiscal. Segundo ele, o presidente Donald Trump não reduziu o déficit ou a dívida pública de maneira nenhuma, e a falta de vontade política para reformas estruturais é um problema comum nas democracias ocidentais.