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Moléculas orgânicas em Encélado reforçam potencial de vida na lua de Saturno (IMAGENS)
Uma nova análise dos dados da sonda Cassini revelou moléculas orgânicas complexas nas plumas de gelo da lua Encélado, de Saturno. A descoberta inclui compostos inéditos e reforça a hipótese de atividade hidrotermal em seu oceano subterrâneo, ampliando o potencial de habitabilidade fora da Terra.
Uma nova análise dos dados da sonda Cassini revelou moléculas orgânicas complexas nas plumas de gelo expelidas pela lua Encélado, de Saturno. A descoberta, liderada pelo astrobiólogo Nozair Khawaja, inclui compostos nunca antes identificados nesse contexto, sugerindo uma química ativa e intrigante no oceano subterrâneo da lua.
O estudo se concentrou em grãos recém-ejetados das plumas, em vez dos mais antigos presentes no anel E de Saturno, permitindo uma visão mais precisa da composição química interna de Encélado. Embora os compostos sejam abióticos, muitos são considerados precursores da vida, aumentando a possibilidade de habitabilidade.
As moléculas encontradas são semelhantes às produzidas em sistemas hidrotermais profundos na Terra, onde a vida prospera sem luz solar. Isso sugere que processos químicos semelhantes podem estar ocorrendo no fundo do oceano de Encélado, reforçando seu potencial como ambiente propício à vida.
Encélado possui um vasto oceano líquido sob sua crosta gelada, e a atividade geotérmica gerada pelas forças gravitacionais de Saturno pode manter esse oceano aquecido. A Cassini realizou diversos sobrevoos entre 2005 e 2015, coletando amostras diretamente das plumas que jorram da superfície.
Apesar da riqueza de dados, a análise enfrentou dificuldades devido ao ruído nos espectros coletados pelo Analisador de Poeira Cósmica (CDA, na sigla em inglês). Em 2008, a Cassini atravessou uma pluma a 17,7 km/s, velocidade que permitiu detectar sinais antes ocultos, graças a novas técnicas de análise espectral.
Os cientistas identificaram compostos como aromáticos, aldeídos, ésteres, éteres, alcenos e traços de nitrogênio e oxigênio. Isso confirma que essas moléculas vêm do interior de Encélado, e não de alterações causadas pelo espaço. Com sais, hidrogênio e fosfatos já detectados, falta apenas o enxofre para completar os seis elementos essenciais à vida — carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre.
Embora não haja evidência direta de vida, os compostos encontrados são compatíveis com ambientes hidrotermais e com a química biológica. Para Khawaja, mesmo a ausência de vida seria uma descoberta significativa, pois levantaria questões sobre os limites da habitabilidade. A equipe continua explorando os dados, com expectativa de novas revelações.
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