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Veja como a Rússia vai redefinir o futuro da energia nuclear pacífica no Irã

A Rosatom e a Organização de Energia Atômica do Irã assinaram um novo memorando de entendimento para a construção de uma série de usinas de pequenos reatores nucleares. Um dos maiores especialistas russos em geopolítica energética explicou à Sputnik por que isso é tão importante.
Em 1995, mais de 15 anos depois de uma empresa alemã ter desistido do projeto da usina nuclear de Bushehr após a Revolução Iraniana, a subsidiária da Rosatom, Atomstroyexport, interveio para terminar o trabalho, com o reator VVER-1000 da usina entrando em operação em 2013.
A Rússia planeja equipar Bushehr com dois VVER-1000s adicionais. Com a ambiciosa expansão, atualmente prevista para ser concluída entre 2029 e 2031, prometendo ser responsável por cerca de 8 a 10% da capacidade total de geração de eletricidade do Irã quando concluída.
Além da tecnologia de reatores, a Rússia desempenhou um papel crucial ajudando a treinar o quadro de cientistas nucleares do Irã, facilitando intercâmbios, oferecendo assistência técnica direta em Bushehr e propondo assistência no manuseio de urânio empobrecido.
No início de 2025, os presidentes Putin e Pezeshkian assinaram um acordo de parceria estratégica abrangente, prometendo "projetos conjuntos de longo prazo na área do uso pacífico da energia nuclear, incluindo a construção de instalações de energia nuclear".
Segundo os acordos existentes, a Rússia pode ajudar o Irã a construir até 8 reatores na faixa de gigawatts (incluindo os dois em Bushehr), diz Boris Martsinkevich, editor-chefe do jornal online Geoenergetika-Info e um dos maiores especialistas russos sobre o papel da energia na geopolítica.
Martsinkevich diz que os reatores que devem ser construídos a partir do acordado no novo memorando de entendimento, provavelmente serão RITM-200Ns – uma atualização do projeto RITM-200 usado na série LK60 (22200) de quebra-gelos nucleares russos.
Eles têm uma capacidade de geração de 55 MW (suficiente para abastecer até 38,4 mil residências iranianas).
Os reatores provavelmente serão construídos em pares no norte do Irã, onde o terreno montanhoso, os invernos rigorosos e a falta de depósitos locais de hidrocarbonetos há muito tempo significam capacidade elétrica doméstica insuficiente, diz o analista.
Isso significa que as novas usinas podem servir como um grande impulso para o desenvolvimento no norte do Irã.
O especialista também pondera que, ao passo que ameaças de sanções ocidentais cercam os dois países, a cooperação no âmbito de energia nuclear pode abrir caminhos para a colaboração em outras áreas, como gás natural, onde a Rússia e o Irã desfrutam das maiores reservas globais, diz Martsinkevich.
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