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Gramado está pronta para receber festival, mas impacto das chuvas ainda dificulta chegada de convidados e turistas

Fechamento do Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, e bloqueio de vias ainda dificultam logística para quem quer visitar o principal destino turístico do RS

Agência O Globo - GLOBO 09/08/2024
Gramado está pronta para receber festival, mas impacto das chuvas ainda dificulta chegada de convidados e turistas

Começa nesta sexta-feira (9) a 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado, um dos mais tradicionais eventos do calendário cinematográfico nacional. Em 2024, o festival tem uma importância extra: será o primeiro grande evento realizado no Rio Grande do Sul após as fortes chuvas que atingiram o estado entre o final de maio e início de julho, causando consequências até hoje na região.

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Gramado não escapou dos impactos da chuva, como todo o estado, mas teve seu centro histórico preservado. Hoje, já conta com sua estrutura turística de mais de 200 hotéis (a maior malha de hotelaria do estado) e 300 restaurantes para receber os turistas e convidados que passarão pelo tradicional tapete vermelho do evento conhecido pela entrega dos Kikitos.

Frio de 10º

Com temperaturas abaixo dos 10º em razão de uma frente fria e com o tempo nublado, Gramado espera suas ruas lotadas já a partir da noite desta sexta, quando recebe convidados para a exibição de “Motel Destino” como filme de abertura. A chegada até a cidade, no entanto, não está sendo fácil.

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O estado ainda lida com o fato do Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, estar fechado para operações desde o início de maio (a expectativa é que reabra em outubro, ainda com a capacidade limitada). Em razão disso, os convidados do evento precisaram se dividir entre quatro aeroportos: Canoas, Caxias do Sul, Florianópolis e Jaguaruna (os dois últimas em Santa Catarina). O número de voos diretos também diminuiu, obrigando a realização de escalas para boa parte dos convidados.

No ano passado, alguém vindo do Rio de Janeiro, como este repórter do GLOBO, pegava um voo direto para Porto Alegre, e seguia até Gramado em um translado da produção, em percurso que durava geralmente cerca de quatro horas — hoje, o tempo de viagem praticamente dobrou. Nesta quinta (8), quem saiu do Rio precisou fazer escala em São Paulo, pegar um voo até a Base Aérea de Canoas, realizar o desembarque por ônibus no Salgado Filho, em Porto Alegre, e depois pegar um carro até Gramado, totalizando pouco mais de oito horas.

Convidados vindos de São Paulo também sofreram no dia de ontem. O fechamento temporário do Aeroporto de Caxias do Sul, em razão do tempo ruim, fez com que muitos tivessem seus voos remarcados para o dia seguinte. Nesta sexta, o aeroporto já opera com normalidade. Quem chega por lá, precisa ainda pegar um trajeto de três horas até Gramado. Normalmente, o percurso é feito em pouco mais de uma hora. O tempo extra ocorre em razão do bloqueio no trecho mais próximo, por Nova Petrópolis.

— Não está sendo fácil. Está sendo uma operação de guerra trazer as pessoas para cá, mas estamos indo firme e forte, não adianta reclamar, temos que resolver — conta Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pela realização do evento.

Apesar das dificuldades, Volk destaque a importância da realização do evento para a cidade, que construiu toda sua economia entorno do turismo e dos eventos culturais.

— Manter o festival de cinema é pela sobrevivência da cidade, é o nosso negócio. Precisamos mostrar que a estrutura turística está toda preservada.

O Festival de Gramado acontece até o dia 17 de agosto.

O repórter viajou a convite da organização do evento