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Empresa de doadora de Trump oferecia acesso ao presidente para clientes chineses
Uma empresa comandada por uma doadora do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que poderia dar a clientes chineses a chance de se misturar e tirar fotos com o presidente, além de acesso ao seu clube particular na cidade de Palm Beach, na Flórida.
Ainda não está claro o quanto Li Yang cobrou pelos serviços e se ela chegou a ser contratada para providenciá-los. Mas as afirmações da companhia, que foram noticiadas primeiramente por The Miami Herald e Mother Jones, se somam aos problemas causados por Trump continuar a ter e operar um clube privado onde os membros e seus convidados conversam com o presidente dos Estados Unidos, sua família, amigos, funcionários da Casa Branca e membros de seu gabinete.
Yang parece ser uma recém-chegada à cena política de Palm Beach. A GY US Investments LLC, uma empresa que ela registrou em 2017, de acordo com os documentos estaduais da Flórida, descreve-se em um site atualmente extinto, principalmente em chinês, como uma empresa de consultoria internacional. A firma “oferece serviços de relações públicas para ajudar empresas nos Estados Unidos a estabelecer e expandir sua marca no mercado chinês moderno”, de acordo com tradução da página acessada através de um serviço de arquivo na internet.
Isso incluiu, segundo o site, acesso a jantares presidenciais e mesas-redondas, eventos da Casa Branca, oportunidades para fotos e atividades “VIP”, incluindo a “oportunidade de interagir com o presidente, o ministro do Comércio e outras figuras políticas”. O site também mostrava diversas fotografias, incluindo uma foto do clube Mar-a-Lago, de Trump, e fotografias de Yang com Trump; com o governador da Flórida, Ron DeSantis; com a secretária de Transporte, Elaine Chao; e com o ex-assessor da Casa Branca Sebastian Gorka.
Yang é descrita no site como “CEO Fundadora” da empresa, bem como membro de um “Comitê Presidencial de Arrecadação de Recursos” e “membro do clube presidencial”.
Yang e a empresa não responderam a contatos, assim como a Trump Organization, o clube Mar-a-Lago e o Comitê Nacional Republicano.
Christian Ziegler, vice-presidente do Partido Republicano na Flórida, minimizou o significado da página e das fotos que Yang postou com o presidente e outros importantes políticos republicanos.
“Qualquer um pode comprar ingressos para qualquer evento e eu presumo que foi isso que ela fez”, disse Ziegler. “Eu nunca a conheci”. Ele acrescentou: “Eu conheço a mídia, os democratas, a esquerda vão tentar fazer de tudo para conectá-la a nós, mas ela não teve nenhum papel conosco. Apenas parece que ela participou de alguns eventos e tirou algumas fotos”.
Na China, no entanto, imagens podem ser um fim em si mesmas, dando aparência de influência. Fotos com pessoas famosas são especialmente valorizadas no país, onde relações pessoais e conexões têm peso especial nos negócios e na política.
Autor: Associated Press
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