Geral
Com entrada franca, Mostra Carmen Santos exibe até 4 de abril filmes dirigidos por mulheres
23/03/2016

As mulheres representam a maioria da população do Brasil, mas ainda precisam lutar por igualdade de direitos em relação aos homens. No setor do audiovisual brasileiro, a situação não é diferente. Elas buscam protagonismo, trabalham para ocupar espaço em cargos de liderança e se empenham para retratar, na tela, mulheres fora de rótulos e cujos papeis não sejam apenas secundários.
Na noite de ontem (22), muitas mulheres se identificaram com cenas e falas de filmes que expuseram questões ligadas ao feminismo, à violência contra a mulher e ao aborto. Sob aplausos, risos e gritos, o público reagiu aos filmes exibidos durante a abertura oficial da Mostra Edital Carmen Santos – Cinema de Mulheres e Filmes Convidados, que segue até 4 de abril, com entrada franca, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília.

Pola Ribeiro elogiou a mostra e lembrou o ambiente vivido pela secretaria durante os meses de organização do festival (Foto: Acácio Pinheiro/Ascom MinC)
A partir das 19h, famílias, autoridades e funcionários convidados para a cerimônia de abertura encheram o auditório do CCBB. Ao longo de cerca de duas horas, os presentes acompanharam discursos de autoridades presentes e assistiram aos curtas-metragens Prelúdio, de Julia Peres, e Fábula de Vó Ita, de Joyce Prado e Thallita Oshiro, e ao média-metragem Corpo Manifesto, de Julia Bahia Bock e Carol Araújo.
Aberto ao público a partir desta quarta-feira (23), o festival exibirá, sempre com entrada franca, nove curtas e seis médias-metragens premiados no edital Carmen Santos Cinema de Mulheres, lançado em 2013 pelo Ministério da Cultura (MinC) com o objetivo de apoiar a produção de filmes assinados por mulheres. O edital teve investimento de cerca de 988,5 mil reais. Além das obras premiadas, a mostra exibirá, ainda, sete longas-metragens dirigidos exclusivamente por mulheres brasileiras.

A jornalista Maíra Streit trouxe a filha, Maryeva, de sete anos, para assistir à mostra (Foto: Acácio Pinheiro/Ascom MinC)
Direitos iguais
Durante a abertura, o secretário do Audiovisual do MinC, Pola Ribeiro, elogiou a mostra e lembrou o ambiente vivido pela secretaria durante os meses de organização do festival. “As mulheres se mobilizaram para fazer a mostra e entraram numa certa militância”, destacou.
Na cerimônia, o secretário leu discurso do ministro da Cultura, Juca Ferreira. “A ação e a presença da mulher traz nova luz para entendimento de questões essenciais da Cultura. É preciso lutar por um Brasil com a marca delas. Não perderemos terrenos já conquistados, independentemente da crise que vivemos hoje”, afirmou o ministro.
À frente do festival, a coordenadora de Programas e Projetos da SAv, Lina Távora, também participou da produção do edital Carmen Santos, em 2013. “Ver o resultado deste edital foi fantástico. A mostra dá visibilidade a todo o cinema de mulheres e o resultado mostra um cinema plural. As mulheres não precisam de estereótipos”, comentou.
A secretária-executiva do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Élida de Oliveira, enfatizou que a luta das mulheres é a de um fortalecimento mútuo em busca do sonho de igualdade. “Quando somamos a cultura e a emancipação (da mulher), sempre tivemos a perspectiva de que a mulher pode ser protagonista de sua própria história”, disse. “Hoje, somos testemunhas de quão difícil é o papel da mulher neste País”, completou.
A diretora da Agência Nacional do Cinema (Ancine) Rosana Alcântara apresentou dados que revelam a desigualdade de gêneros ainda existente no audiovisual brasileiro. “Não basta (haver) só participação feminina, as obras têm que revelar papéis femininos que caminhem para a emancipação”, defendeu.
O gerente-geral do CCBB Brasília, Cloves Henrique Nogueira, elogiou a iniciativa do MinC pelo fato de o prêmio fomentar a produção das obras exibidas e ser um influência para que outras cineastas sejam instigadas a produzir. “A equidade é um princípio que precisa ser compartilhado por toda a sociedade”, afirmou.
Na plateia, estava a jornalista Maíra Streit, que trouxe a filha, Maryeva, de sete anos, para assistir à mostra. “É uma temática atual. É preciso abordar esses temas sob o olhar feminino. As mulheres não têm a oportunidade de ocupar esse espaço de liderança”, disse. Apesar da pouca idade, a menina, animada com o programa, já entende a desigualdade de gênero e tem claro em mente o que será no futuro. “Quero ser advogada para defender os direitos das mulheres”, contou.
Serviço
Mostra Edital Carmen Santos – Cinema de Mulheres e Filmes Convidados
Data: de 23 de março a 4 de abril
Local: Cinema do CCBB/Brasília
Sessões: 17h, 19h e 21h (segundas, quartas, quintas e sextas) e às 16h, 18h e 20h (sábados e domingos). O CCBB fecha às terças-feiras.
Entrada franca
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