Finanças
Governo Lula aguarda estudos da Fazenda para avançar em discussões sobre tarifa zero
Para Jader Filho, modelo atual do transporte público está esgotado e afasta usuários
Uma das principais propostas que o governo Lula pretende apresentar no próximo ano, e que deve servir como bandeira eleitoral, é a tarifa zero no transporte público. No entanto, a iniciativa depende da conclusão dos estudos técnicos do Ministério da Fazenda para avançar, informou nesta segunda-feira o ministro das Cidades, Jader Filho. Somente após a apresentação dos números, destacou o ministro, as duas pastas começarão a construir uma proposta conjunta para um novo modelo de financiamento.
Jader Filho enfatizou que o país precisará repensar o atual modelo para não onerar os usuários e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do serviço, atraindo mais passageiros e gerando receitas.
— Assim que o Ministério da Fazenda apresentar os estudos, a pedido do presidente Lula, vamos correr para contribuir com uma proposta — afirmou o ministro a jornalistas.
Segundo ele, o problema é complexo e exige uma solução compartilhada entre governo federal, estados e prefeituras. — O Brasil não pode adiar essa discussão, diante do sucateamento da frota — destacou.
O ministro ressaltou que diversos municípios já implementam iniciativas de tarifa zero em determinados dias da semana, experiência que será considerada pelo governo federal. Para Jader Filho, o modelo atual de financiamento do transporte público “não se sustenta”, o que tem afastado usuários do sistema.
O governo pretende apresentar uma proposta no ano que vem, e Lula pediu celeridade aos ministros nas discussões. Mesmo que não haja tempo hábil para formalizar o tema devido às restrições do período eleitoral, a expectativa é que a pauta integre a campanha de Lula.
Minha Casa, Minha Vida
Em ano eleitoral, o governo Lula planeja contratar 1 milhão de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, uma das principais vitrines do presidente, e alcançar a meta de três milhões de unidades até o fim de 2026. Para isso, o Ministério das Cidades trabalha para elevar de 60 mil para 80 mil as contratações mensais ao longo do próximo ano.
A entrega das obras, porém, depende de uma série de fatores e não necessariamente ocorrerá no ano que vem.
Até meados de 2026, Lula deverá entregar, em eventos solenes, 40 mil novas unidades das 172 mil que estão em construção na Faixa 1 — destinada a famílias sem condições de assumir financiamento. No total, há R$ 22,5 bilhões reservados para essa faixa, considerando os R$ 5,5 bilhões do Orçamento da União para 2026.
— As pessoas podem fazer contratações porque não vai haver falta de recursos. Queremos dar essa segurança ao mercado — afirmou o ministro das Cidades.
Jader Filho deixará o comando da pasta em março para disputar uma vaga de deputado federal. Oriundo do setor privado, ele afirma que “tomou gosto pela política” e estará ao lado do presidente Lula na campanha pela reeleição.
A meta de contratações em 2026 inclui também unidades para a classe média, incorporada ao Minha Casa Minha Vida. O plano do ministério é elevar de seis mil para 10 mil as contratações mensais nessa faixa de renda e fechar 2026 com 120 mil unidades.
O programa contará com R$ 144 bilhões do FGTS para o próximo ano.
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