Finanças

Cinco laboratórios espanhóis são investigados por possível origem de surto de peste suína

Autoridades da Catalunha apuram se empresas permitiram vazamento do vírus da peste suína africana em região líder na produção de carne de porco na Europa.

Agência O Globo - 06/12/2025
Cinco laboratórios espanhóis são investigados por possível origem de surto de peste suína
Cinco laboratórios espanhóis são investigados por possível origem de surto de peste suína - Foto: Reprodução / Agência Brasil

As autoridades da Catalunha anunciaram neste sábado que cinco laboratórios estão sob investigação por suspeita de fuga do vírus da peste suína africana, que afeta a produção espanhola e preocupa o maior produtor europeu de carne suína.

Segundo Salvador Illa, presidente regional da Catalunha, foi solicitada uma "auditoria de todas as instalações, de todos os centros que, na zona de risco de 20 quilômetros, estão trabalhando com o vírus da peste suína africana". A declaração foi feita durante coletiva de imprensa. "São poucos centros, não mais do que cinco", detalhou Illa, um dia após o anúncio da primeira investigação em um laboratório como possível origem do surto.

Illa informou ainda que os 80 mil suínos das 55 fazendas localizadas na área de risco estão saudáveis e "podem ser disponibilizados para consumo humano seguindo os protocolos". Ele garantiu que os animais "poderão ser comercializados no mercado espanhol com total segurança" e que esse processo ocorrerá "de forma progressiva".

Até o momento, o vírus foi detectado apenas em 13 javalis mortos nas proximidades de Barcelona, marcando o primeiro foco da doença na Espanha desde 1994.

A peste suína africana não oferece risco para seres humanos, mas é uma doença viral hemorrágica com taxa de mortalidade próxima de 100% em suínos e javalis.

O Ministério da Agricultura da Espanha informou, na sexta-feira, que está considerando a hipótese de que um centro de pesquisa tenha permitido o escape do vírus, após receber relatório do laboratório de referência da União Europeia com o sequenciamento do genoma do agente infeccioso encontrado no foco atual.

De acordo com o ministério, o grupo genético identificado não corresponde ao que circula atualmente em outros países europeus afetados, mas sim à cepa 'Georgia 2007', frequentemente usada em experimentos laboratoriais.