Finanças
Após ligação entre Lula e Trump, Haddad entrega documentação de operação sobre Refit a encarregado de negócios dos EUA
Grupo teria movimentado R$ 72 bilhões em um ano para ocultar lucros por meio de offshores em Delaware
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou ao encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, a documentação referente à Operação Poço de Lobato. A investigação apura um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo o grupo Refit, proprietário da Refinaria de Manguinhos (RJ). O esquema utilizava o estado norte-americano de Delaware para lavar recursos oriundos de fraudes fiscais no Brasil.
A operação foi deflagrada pela Receita Federal na semana passada, em parceria com o Ministério Público de seis estados. Segundo as investigações, o Grupo Refit teria movimentado R$ 72 bilhões em apenas um ano, ocultando lucros por meio de offshores em Delaware, considerado um paraíso fiscal.
A entrega da documentação por Haddad ocorreu após uma ligação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos EUA, Donald Trump, na qual o tema foi discutido. O ministro se reuniu com Escobar no início da tarde desta quinta-feira.
No dia da operação, Haddad já havia anunciado que o caso seria levado ao presidente para inclusão nas negociações com os Estados Unidos.
— Queremos pautar com os Estados Unidos conversas sobre crime organizado. Estão abrindo empresas em Delaware. Fazem um empréstimo para fundos, que, pela suspeita da Receita, jamais serão pagos e esse dinheiro volta em forma de aplicação no Brasil, como se fosse um investimento estrangeiro direto — afirmou o ministro da Fazenda na ocasião.
Após tomar conhecimento das declarações de Haddad, Lula solicitou ao ministro a elaboração de uma apresentação detalhada sobre as fraudes. Em seguida, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, apresentou as informações a Lula e a outros ministros em reunião no Palácio do Planalto.
Ao final do encontro, o presidente determinou que o material fosse traduzido para o inglês, para ser utilizado na conversa com Trump.
Em nota divulgada nesta terça-feira, após a conversa entre os presidentes, o governo brasileiro afirmou: “O presidente Lula igualmente ressaltou a urgência em reforçar a cooperação com os EUA para combater o crime organizado internacional. Destacou as recentes operações realizadas no Brasil pelo governo federal com vistas a asfixiar financeiramente o crime organizado e identificou ramificações que operam a partir do exterior. O presidente Trump ressaltou total disposição em trabalhar junto com o Brasil e que dará todo o apoio a iniciativas conjuntas entre os dois países para enfrentar essas organizações criminosas.”
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