Finanças
Correios faz nova rodada de negociações com bancos após Tesouro rejeitar aval a empréstimo de R$ 20 bi
Em situação delicada, estatal busca viabilizar crédito para reestruturação e evitar dependência da União
Os Correios realizam, nesta quinta-feira, uma terceira rodada de negociações com bancos para tentar reduzir a taxa de juros do empréstimo de R$ 20 bilhões. O objetivo é alcançar as condições exigidas pelo Tesouro Nacional, que limita os juros a 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), para garantir a operação. Caso haja acordo, a estatal pretende encaminhar uma nota técnica com as diretrizes do empréstimo ao Conselho de Administração até sexta-feira.
O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a considerar uma medida cautelar para restringir os juros à taxa de referência utilizada pelo Tesouro em operações com garantia da União. O TCU também abriu auditoria para acompanhar e fiscalizar o empréstimo bilionário.
Na última terça-feira, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, foi informado pelo Tesouro de que não haverá flexibilização no teto de juros de 120% do CDI — atualmente cerca de 18% ao ano.
Na proposta mais recente, bancos como BTG Pactual, Citibank, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra ofereceram o crédito a 136% do CDI, o que corresponde a aproximadamente 20% ao ano para o valor solicitado de R$ 20 bilhões.
Com urgência, os Correios buscam ao menos R$ 10 bilhões ainda em 2024 para conter o déficit e viabilizar o plano de reestruturação, que visa garantir a sustentabilidade da empresa sem depender de recursos da União.
Se as negociações não avançarem, uma alternativa considerada é reunir ministros envolvidos para discutir outras soluções, como um possível aporte do Tesouro Nacional. O tema pode ser levado à Junta de Execução Orçamentária (JEO) para uma decisão colegiada, ou a uma reunião ampliada com o Ministério das Comunicações, ao qual a estatal está vinculada.
O valor de R$ 20 bilhões foi definido pela direção como essencial para equilibrar as contas até dezembro de 2027. A concessão do crédito está condicionada à implementação de um plano de recuperação em dois anos, com medidas para cortar gastos e aumentar receitas.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
3ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
4REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
5DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados