Finanças

Renda dos mais pobres cresce 13% em 2024, mas desigualdade ainda é alta

Apesar do avanço, os 10% mais ricos ainda recebem 32 vezes mais que os mais pobres. Brasil segue entre os países mais desiguais do mundo.

Agência O Globo - 03/12/2025
Renda dos mais pobres cresce 13% em 2024, mas desigualdade ainda é alta
Renda dos mais pobres cresce 13% em 2024, mas desigualdade ainda é alta - Foto: Reprodução / Agência Brasil

Entre 2023 e 2024, a renda média da população brasileira apresentou ganhos significativos, especialmente entre os mais pobres. Os 10% com menores rendimentos tiveram aumento de 13,2% em seus ganhos, alcançando R$ 248 per capita ao mês. O segundo décimo teve alta de 10,2%, passando a R$ 518.

Já no topo da distribuição, os 10% mais ricos registraram avanço mais modesto, de apenas 1,6%, atingindo média de R$ 7.983. Ainda assim, esse grupo recebeu 32,2 vezes mais que os mais pobres. Essa diferença, que já foi de 44,6 vezes em 2012, aponta para uma redução, embora a desigualdade permaneça elevada.

Segundo comparação internacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil segue entre os países com maior desigualdade de renda. Em 2022, a renda dos 20% mais ricos era cerca de 11 vezes superior à dos 20% mais pobres, a segunda maior disparidade entre os 40 países analisados, atrás apenas da Costa Rica (12,3 vezes) e à frente de países como Chile, México, Portugal, Espanha, Itália, França e Suécia.

A síntese do IBGE indica que a recente queda na desigualdade está relacionada principalmente ao crescimento de 3,7% na renda do trabalho em 2024, com impacto mais significativo sobre os segmentos de menor renda. Esse avanço se soma aos efeitos dos programas sociais, que reforçaram o rendimento das famílias mais vulneráveis e contribuíram para a redução da pobreza e da extrema pobreza.