Finanças
Pix garante vantagem competitiva ao Brasil frente às stable coins, afirma Galípolo
Presidente do Banco Central destaca preferência nacional pelo Pix e recorde de uso durante a Black Friday como evidências da liderança do país em pagamentos digitais
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o recorde de transações via Pix durante a Black Friday — com 297,4 milhões de operações — evidencia a vantagem competitiva do Brasil em relação a outros países que utilizam as chamadas stable coins como meio de pagamento. Segundo Galípolo, o Pix solucionou de forma "elegante" a questão das transferências digitais no país, enquanto soluções similares ainda estão em desenvolvimento no exterior.
“Quando você observa as soluções que estão sendo pensadas lá fora, acredito que o Brasil possui uma vantagem competitiva importante com o Pix. Toda a discussão sobre stable coins ou Central Bank Digital Currency (CBDC) me parece que o Pix resolveu de maneira mais eficiente, já que esses ativos se prestam a ser um meio de pagamento”, afirmou Galípolo durante participação no XP Fórum Político & Macro 2025, promovido pela XP Investimentos, em São Paulo.
Para o presidente do BC, enquanto as stable coins não remunerarem juros, continuarão sendo apenas um meio de pagamento. Ele ponderou que, se um investidor pode receber juros sem risco, não faz sentido optar por um emissor privado, referindo-se às stable coins.
“Será que é necessário uma stable coin para viabilizar um meio de pagamento? No contexto da economia doméstica, o Pix já cumpre essa função de maneira muito eficaz”, destacou Galípolo, lembrando que, para pagamentos internacionais, essa integração ainda não ocorre.
Galípolo também alertou para o uso das stable coins em grandes transações, como compra de helicópteros e lanchas, ressaltando a necessidade de regulamentação e fiscalização. “Quem é sério nesse mercado não apoia esse tipo de prática, que deve ser afastada e regulada. O Banco Central adotou medidas recentes para evitar esse tipo de expediente, baseando-se nas melhores experiências internacionais. Fomos apoiados por todos que desejam o uso responsável desses instrumentos”, explicou.
O presidente do BC ainda esclareceu que o uso de stable coins em transações não altera o nível total de depósitos no sistema bancário. “O volume não muda, mas pode haver deslocamento entre bancos ou até entre países. O caminho mais eficiente seria conectar os sistemas de pagamentos instantâneos entre diferentes países”, avaliou.
Nova taxa de juros será anunciada na próxima semana
O Banco Central divulgará a nova taxa de juros em 10 de dezembro, mas Galípolo não antecipou se haverá mudanças. Atualmente, a Selic está em 15% desde junho. O mercado espera manutenção da taxa até o próximo ano, enquanto a inflação acumulada em 12 meses até outubro ficou em 4,68%, abaixo de 5% pela primeira vez em oito meses, mas ainda acima do teto da meta, de 4,5%.
“Se alguém está tentando captar algum sinal, é melhor procurar outra coisa”, brincou Galípolo, que preferiu descontrair ao mencionar o VAR no futebol sul-americano, após ser questionado sobre possíveis alterações na taxa de juros.
“Se quiserem discutir outro tema, como o uso do VAR no futebol sul-americano, estou à disposição”, disse o presidente do BC, palmeirense assumido, que estava rouco devido à torcida pelo time alviverde no último sábado.
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