A Petrobras apresenta nesta quinta-feira (27) seu novo plano de negócios para o período de 2026 a 2030. O anúncio é aguardado com atenção pelo mercado, já que os investidores esperam por possíveis ajustes e redução nos investimentos em comparação ao plano anterior.

Segundo fontes do setor, a estatal deve destinar cerca de US$ 91 bilhões (R$ 485,5 bilhões, conforme o câmbio de ontem) para projetos a serem implantados nos próximos cinco anos. Outros US$ 15 bilhões (R$ 80 bilhões) serão reservados para uma carteira de avaliação, totalizando US$ 106 bilhões (R$ 565,5 bilhões) em investimentos previstos.

Para efeito de comparação, o plano atual, válido de 2025 a 2029, prevê um total de US$ 111 bilhões (R$ 592,2 bilhões) em investimentos, dos quais US$ 98 bilhões (R$ 523 bilhões) são destinados à carteira de implantação e US$ 13 bilhões (R$ 69,4 bilhões) à carteira de avaliação.

A última reunião da alta cúpula da Petrobras neste ano está marcada para esta quinta-feira, quando o Conselho de Administração deverá dar a aprovação final aos números apresentados.

Termômetro do setor

O novo plano de negócios é visto como um importante termômetro para toda a cadeia produtiva do petróleo, incluindo fornecedores de equipamentos e serviços. As diretrizes indicam como a estatal pretende impulsionar o setor no Brasil nos próximos anos.

De acordo com as fontes ouvidas, a Petrobras deverá manter o foco em exploração e produção, com ênfase nas bacias de Campos e Santos — especialmente no pré-sal —, além de implementar um amplo programa de recuperação de campos já em produção.

Sinal verde na Foz do Amazonas

A Margem Equatorial permanece como prioridade estratégica. A Petrobras planeja perfurar oito poços distribuídos pelos seis blocos que compõem a região, estendendo-se do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte.

Em outubro, a companhia obteve a primeira licença do Ibama para perfurar um poço na Bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá, área que integra a Margem Equatorial. Trata-se ainda de uma fase de pesquisa para identificar a ocorrência de petróleo na região.

Desafios recentes

Nos últimos meses, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem manifestado preocupação com o preço do petróleo, que atualmente gira em torno de US$ 60 o barril. Em eventos recentes, ela destacou que a companhia continuará priorizando a redução de custos e a concentração em campos mais produtivos nos próximos anos.

Sobre os investimentos de US$ 106 bilhões previstos para 2026 a 2030, a estatal informou recentemente que o plano de negócios “ainda está em processo de análise e aprovação”.