Finanças
Haddad descarta privatização dos Correios e condiciona aval do Tesouro a plano sólido de reestruturação
Ministro da Fazenda afirma que estatal precisa integrar serviços postais a outras funções para garantir sustentabilidade, mas reforça que governos não abrem mão do serviço postal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que o governo do presidente Lula não discute a privatização dos Correios, mesmo diante da maior crise da estatal, que busca um empréstimo bilionário para reforçar o caixa.
Segundo Haddad, o Tesouro Nacional só dará aval ao financiamento caso a empresa apresente um plano de reestruturação “consistente”.
— Não vejo debate dentro do governo sobre privatizar os Correios. Não vejo nenhum ministro propondo isso. Até porque fizemos um levantamento recente sobre a situação dos serviços postais no mundo: é muito difícil o Estado abrir mão desses serviços, até porque parte deles é subsidiada para garantir a universalização — disse o ministro à GloboNews.
A privatização dos Correios foi cogitada no governo de Jair Bolsonaro. A estatal chegou a ser incluída no programa nacional de desestatização, mas o plano não avançou.
De acordo com Haddad, a intenção do governo é buscar experiências de outros países, que têm agregado aos serviços postais funções financeiras, previdenciárias e outras atividades secundárias, para assegurar a sustentabilidade do serviço postal universal, como o que é garantido pelos Correios.
— É isso que estamos discutindo com a nova diretoria — completou.
Estatal precisa de ao menos R$ 10 bilhões
Diante de uma crise sem precedentes em sua história, os Correios correm contra o tempo para obter um empréstimo de pelo menos R$ 10 bilhões no curto prazo. A cúpula da estatal espera esse montante para reequilibrar as contas, pagar dívidas em atraso e viabilizar um plano de reestruturação que permita a sustentabilidade da empresa no médio e longo prazo.
O Tesouro Nacional deve atuar como avalista da operação. Ou seja, caso os Correios não consigam honrar os compromissos, o órgão será responsável pelo pagamento do empréstimo.
Haddad reforçou que o Tesouro só dará o sinal verde para a operação se a empresa apresentar um plano de reestruturação adequado às necessidades da estatal.
— O que nós falamos é o seguinte: qualquer solução para esse caso vai passar necessariamente por um plano de reestruturação. Não há como o Tesouro Nacional pensar em algo que não passe por um plano de reestruturação aprovado pelo Tesouro Nacional, que é de quem se pede o aval justamente para conseguir viabilizar financeiramente esse plano.
O ministro ressaltou que uma eventual atuação do Tesouro, cuja secretaria é subordinada ao Ministério da Fazenda, como garantidor do empréstimo só será aprovada se o plano de reestruturação da empresa for apresentado de maneira consistente.
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