Finanças
IPCA-15 de novembro sobe 0,20% e supera expectativas do mercado
Economistas previam alta de 0,18%. Alimentação volta a subir após cinco meses de queda
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,20% em novembro, após subir 0,18% em outubro. O resultado, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (26), foi influenciado principalmente pelo aumento das passagens aéreas, que tiveram elevação de 11,87%.
O grupo alimentação também contribuiu para a alta do índice, apresentando o primeiro resultado positivo após cinco meses de queda. No entanto, os preços dos alimentos consumidos no domicílio continuam em queda.
No acumulado do ano, o IPCA-15 registra alta de 4,15%.
Em 12 meses, o índice acumula elevação de 4,50%, abaixo dos 4,94% registrados em outubro.
Em novembro de 2022, a taxa havia sido de 0,62%.
A variação mensal ficou acima da expectativa dos analistas de mercado, que projetavam alta de 0,18%, conforme a mediana das estimativas de 27 consultorias ouvidas pelo Valor.
Acumulado em 12 meses
Pela primeira vez, o IPCA-15 atinge 4,5% no acumulado em 12 meses, ficando dentro do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O resultado é considerado positivo para o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pois reforça a confiança na política monetária e reduz a possibilidade de descumprimento da meta anual.
Alimentação volta a subir
O grupo alimentação, de maior peso no índice, voltou a crescer, ainda que de forma leve (0,09%), após cinco meses de queda. Apesar disso, a alimentação no domicílio seguiu em campo negativo, com recuo de 0,15%, após queda de 0,10% em outubro.
Principais variações nos alimentos
Entre os alimentos com queda de preço, destacam-se o leite longa vida (-3,29%), o arroz (-3,10%) e as frutas (-1,60%). Por outro lado, registraram alta a batata inglesa (11,47%), o óleo de soja (4,29%) e as carnes (0,68%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,68%, acelerando em relação ao mês anterior (0,19%) e contribuindo para a elevação do grupo.
Outros grupos em destaque
O maior impacto positivo fora da alimentação veio de despesas pessoais (0,85%), impulsionadas por aumentos em hospedagem (4,18%) e pacote turístico (3,90%).
Também tiveram altas relevantes os grupos de saúde e cuidados pessoais (0,29%), com reajuste nos planos de saúde, e transportes, puxado pela forte alta das passagens aéreas, o maior impacto individual no índice do mês.
Por outro lado, os combustíveis apresentaram queda (-0,46%), com redução nos preços do etanol, óleo diesel e gasolina (-0,48%), esta última influenciada pelo reajuste promovido pela Petrobras no fim de outubro. O único combustível em alta foi o gás veicular, que subiu 0,20%.
O grupo habitação desacelerou de 0,16% em outubro para 0,09% em novembro, com destaque para a queda da energia elétrica residencial (-0,38%). A bandeira tarifária permanece vermelha patamar 1, acrescentando R$ 4,46 à conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
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