Finanças

Itamaraty mantém negociações para retirada total de tarifas após Trump reduzir taxas sobre produtos brasileiros

Carne bovina, café e cacau estão entre os itens beneficiados, produtos presentes na cesta de consumo dos americanos

Agência O Globo - 21/11/2025
Itamaraty mantém negociações para retirada total de tarifas após Trump reduzir taxas sobre produtos brasileiros
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Foto: © AP Photo / Alex Brandon

O Ministério das Relações Exteriores informou, na noite desta quinta-feira, que o governo brasileiro recebeu "com satisfação" a decisão do presidente Donald Trump de revogar a tarifa adicional de 40% sobre uma série de produtos agropecuários importados do Brasil.

Entre os itens agora isentos da tarifa estão diversos tipos de carne, café e frutas como manga, coco, açaí e abacaxi.

O Itamaraty ressalta que o texto da Ordem Executiva que oficializa a medida faz referência à conversa telefônica entre o presidente Lula e Donald Trump, realizada em 6 de outubro, quando ambos decidiram iniciar negociações sobre as tarifas. Segundo comunicado da Casa Branca, Trump seguiu recomendações de altos funcionários de seu governo, que sugeriram a retirada da tarifa de 40% para determinadas importações agrícolas brasileiras, em razão do "avanço inicial das negociações" com o governo brasileiro.

A medida tem efeito retroativo a 13 de novembro, data que coincide com a última reunião entre o ministro Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio, em Washington, ocasião em que foram discutidas formas de avançar nas negociações bilaterais para a redução de tarifas sobre produtos brasileiros.

"O governo brasileiro reitera sua disposição para continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os dois países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas. O Brasil seguirá mantendo negociações com os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta de comércio bilateral", destacou o Itamaraty.

Histórico das negociações

O tarifaço entrou em vigor em 6 de agosto. Na decisão inicial, Trump alegou perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e mencionou ameaças a plataformas americanas. Posteriormente, durante a Assembleia-Geral da ONU, em setembro, o presidente dos Estados Unidos encontrou-se rapidamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que ambos tiveram uma "excelente química". As negociações oficiais sobre as tarifas foram abertas em 6 de outubro, após conversa telefônica entre os dois líderes.

Na ordem executiva publicada nesta quinta-feira, Trump mencionou um "avanço inicial" nas negociações bilaterais, ponto considerado relevante por fontes do Ministério da Fazenda. O presidente americano também destacou explicitamente a ligação com Lula e as recomendações recebidas de membros do governo, especialmente sobre produtos agrícolas.