Finanças
Presidente do BRB afirma que banco identificou divergências documentais em operações do Master e comunicou ao BC
Executivo está afastado do cargo por 60 dias por decisão da Justiça
Afastado da presidência do Banco de Brasília (BRB) por decisão judicial, Paulo Henrique Costa declarou nesta terça-feira que a instituição identificou “divergências documentais em partes das operações” do Banco Master. Segundo o executivo, o fato foi comunicado ao Banco Central (BC), que já analisava a situação.
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Compliance Zero, que investiga um suposto esquema de criação e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo o Banco Master.
Paulo Henrique Costa foi afastado do comando do BRB por 60 dias após decisão da Justiça. Em comunicado, o executivo afirmou apoiar as investigações. “Zelo pela transparência e pela legalidade em todas as minhas ações e confio que a apuração trará os devidos esclarecimentos”, declarou em nota.
O BRB comunicou o Banco Central, ainda no primeiro quadrimestre, sobre incongruências em operações do Master. “Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras”, afirmou Paulo Henrique Costa.
Em março, o BRB anunciou a compra do Master, operação que acabou vetada pelo BC. Posteriormente, a autoridade monetária determinou a liquidação do banco, então comandado por Daniel Vorcaro.
A investigação da PF, que levou à prisão de Vorcaro, aponta indícios de uma operação financeira de R$ 12,2 bilhões, supostamente arquitetada por “pura camaradagem”, como tentativa de abafar a fiscalização do Banco Central.
O advogado Roberto Podval, que defende Daniel Vorcaro, classificou como “desnecessária e ilegal” a prisão decretada pela Justiça. Segundo ele, Vorcaro foi detido no aeroporto internacional de Guarulhos quando se preparava para viajar aos Emirados Árabes Unidos, onde concluiria a venda da instituição financeira para um grupo de investidores liderado pelo Grupo Fictor, anunciada ontem.
Em nota divulgada no início da noite, assessores informaram que os advogados de Vorcaro e do Banco Master colocaram-se “à disposição para cooperar com as autoridades, prover informações e participar de audiências, inclusive com a presença de Vorcaro”.
O BRB, em comunicado, destacou que “sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master”. O BRB é um banco público, controlado pelo governo do Distrito Federal.
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