Finanças
Defesa classifica como "desnecessária e ilegal" prisão do dono do Banco Master
Advogado afirma que Daniel Vorcaro viajava a Dubai para concluir venda da instituição, não para fugir do país; Polícia Federal antecipou ação após suspeitas
A defesa de Daniel Bueno Vorcaro, proprietário do Banco Master, classificou como "desnecessária e ilegal" a prisão realizada na noite desta segunda-feira, 18. Segundo o advogado Roberto Podval, Vorcaro não tentava deixar o país quando foi detido no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, mas viajava para concluir a venda do banco em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
De acordo com informações do jornal O GLOBO, a Polícia Federal decidiu antecipar a prisão após suspeitar que o empresário pudesse fugir, horas depois do anúncio público da venda do banco para a Fictor Holding Financeira. A empresa comunicou ter firmado um acordo com um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos.
O advogado Roberto Podval destacou que a viagem de Vorcaro tinha como objetivo finalizar a operação de venda:
— Não faz sentido. Tínhamos peticionado ao juiz ainda ontem. Ele estava indo para fechar a venda do banco. A operação era sigilosa; estávamos peticionando por causa da imprensa, que vazava boatos — afirmou Podval, que viajou para Brasília nesta terça-feira.
O advogado também negou que a prisão tenha ocorrido durante a madrugada ou "na calada da noite":
— O que demorou foi a formalidade da prisão — declarou, sem dar mais detalhes sobre o procedimento.
Daniel Vorcaro permanece detido na sede da Polícia Federal em São Paulo e deve participar de audiência de custódia por videoconferência com Brasília.
A prisão do executivo faz parte da Operação Compliance Zero, que investiga um suposto esquema de criação e negociação de carteiras de crédito insubsistentes. Segundo a Polícia Federal, esses títulos teriam sido vendidos a outra instituição financeira e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.
Além de Vorcaro, a operação cumpre outros quatro mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. Entre os alvos estão pessoas ligadas ao Banco Master.
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