Finanças
Correios buscam R$ 850 milhões em 2024 com repasse de imóveis ociosos para a Emgea
Estatal tenta reforçar caixa enquanto negocia empréstimo de R$ 10 bilhões com instituições financeiras
Em meio a uma crise financeira, os Correios assinaram um pré-acordo para repassar cerca de 400 imóveis ociosos à Empresa Gestora de Ativos (Emgea). A iniciativa, que tem potencial de levantar R$ 850 milhões ainda neste ano, ocorre paralelamente à negociação de um empréstimo bilionário para reforçar o caixa da estatal.
Além disso, os Correios negociam com a Caixa Econômica Federal a reestruturação de um fundo de investimento imobiliário envolvendo imóveis em uso, com o objetivo de captar mais R$ 2 bilhões. No entanto, esse processo pode levar até um ano, e a estatal busca soluções mais imediatas para equilibrar as contas e recuperar a capacidade operacional, evitando um cenário financeiro ainda mais delicado.
Em nota, os Correios informaram que o plano de reestruturação inclui um "programa de desinvestimento de ativos da empresa que hoje não têm uso ótimo". Segundo a estatal, "a carteira de imóveis está sendo avaliada para definir valores de mercado e confirmar se estão aptos à composição de um eventual fundo de investimento imobiliário ou outras soluções que permitam a alienação de imóveis ociosos". A Emgea, também procurada, não se manifestou.
A expectativa é que a parceria com a Emgea, empresa pública especializada na recuperação de ativos, avance de forma mais ágil. As duas estatais discutem alternativas para acelerar a venda dos imóveis, diante da urgente necessidade de caixa dos Correios.
O fundo de investimento imobiliário é uma modalidade que permite a venda dos imóveis, a entrada de recursos no caixa e, posteriormente, o aluguel dessas unidades pelo próprio vendedor — instrumento conhecido no mercado como "sale & leaseback". A Caixa está na fase inicial de análise detalhada da carteira imobiliária dos Correios.
De acordo com dados da empresa, a carteira imobiliária dos Correios possui 1.366 imóveis. Desse total, 286 estão desocupados, sendo que 62 já estão aptos à alienação ou em processo de venda. Os demais aguardam regularização documental.
Criada durante a reestruturação da Caixa Econômica Federal ao final do governo Fernando Henrique Cardoso, a Emgea herdou contratos imobiliários de difícil recuperação do banco estatal.
Segundo a direção dos Correios, é necessário levantar pelo menos R$ 10 bilhões para regularizar as contas da estatal, que atualmente registra déficit mensal de R$ 750 milhões. O valor, segundo a empresa, garantiria a operação dos Correios até março de 2026.
O processo de recuperação financeira da estatal prevê, ao todo, a necessidade de R$ 20 bilhões. Entre as medidas em estudo estão o desligamento de 10 mil funcionários por meio de um plano de demissão voluntária (PDV) e o fechamento de 700 pontos de atendimento.
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