Finanças

Banco Central avaliará proposta do Grupo Fictor e Master, mas ainda não recebeu notificação

Autoridade monetária já barrou compra do Master pelo BRB, banco estatal do Distrito Federal

Agência O Globo - 17/11/2025
Banco Central avaliará proposta do Grupo Fictor e Master, mas ainda não recebeu notificação
- Foto: Reprodução

O Banco Central deverá analisar a proposta do Grupo Fictor, que anunciou nesta segunda-feira, em parceria com um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, a intenção de adquirir o banco Master. O processo seguirá o mesmo rito legal do que envolveu o BRB, cuja aquisição foi rejeitada em setembro devido a riscos identificados pelo regulador.

Até a noite desta segunda-feira, entretanto, o pedido referente ao Fictor ainda não havia sido protocolado junto ao Banco Central. Quando isso ocorrer, será necessário avaliar se o consórcio possui capacidade financeira para assumir todos os compromissos do Master.

Procurado, o Banco Central afirmou que não comenta casos específicos. "Qualquer operação de transferência de controle de instituição financeira precisa passar pela análise e aprovação do Banco Central, conforme previsto na Lei 4.595/64", informou a autarquia.

Um dos principais motivos para a negativa do regulador à operação com o BRB foi o risco de sucessão dos CDBs emitidos pelo Master. O banco privado expandiu-se rapidamente nos últimos anos com uma estratégia de captação agressiva, ofertando CDBs com retornos acima da média do mercado, respaldados pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Por outro lado, os ativos destinados a garantir o pagamento futuro desses títulos aos investidores são considerados de baixa liquidez, como precatórios e participações em empresas em dificuldades financeiras.

Mesmo com a retirada desses títulos da operação, o Banco Central avaliou que persistia o risco de corresponsabilidade do BRB diante dos problemas de liquidez do banco privado.

Recentemente, a solução de pagamentos FictorPay, do Grupo Fictor, foi alvo de um ataque hacker que desviou cerca de R$ 25 milhões de um cliente da instituição.