Finanças
CDBs do Master que pagavam até 140% do CDI serão transferidos para o Banco Fictor após venda
Compra do banco pelo Grupo Fictor prevê aporte imediato de R$ 3 bilhões; Will Bank e Banco Master de Investimento permanecem com outros investidores, como o fundo Mubadala e fundos do Reino Unido e Emirados Árabes
Com o anúncio da venda do Banco Master, todos os ativos e passivos da instituição, incluindo os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que pagavam até 140% do CDI — um patamar muito acima do mercado — serão transferidos para o novo Banco Fictor. A operação prevê um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar a estrutura de capital do banco, que vinha enfrentando dificuldades para honrar seus compromissos financeiros.
Por esse motivo, as negociações entre o Banco Central e o Grupo Fictor para a conclusão do negócio também envolvem o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que já havia emprestado R$ 4 bilhões ao Master. Os CDBs são garantidos pelo FGC em até R$ 250 mil por CPF de investidor. No entanto, como o Master não foi liquidado, o recurso do FGC não resultou em um pagamento direto aos credores.
As conversas entre representantes do Master e da Fictor ainda estão em andamento. O Grupo Fictor assumiria o controle do Master, enquanto o Will Bank e o Banco Master de Investimento ficariam sob gestão de outros investidores, entre eles o fundo Mubadala (Will Bank) e fundos do Reino Unido e dos Emirados Árabes (Banco Master de Investimento).
Se a compra do Master for aprovada, o Grupo Fictor ampliará sua presença no segmento financeiro brasileiro. A holding já é dona da FictorPay, voltada para meios de pagamento, e da Fictor Asset, gestora de investimentos no Brasil. O Grupo Fictor é uma empresa internacional de serviços financeiros, infraestrutura e alimentos, com escritórios em São Paulo, Miami e Lisboa.
Fontes próximas à negociação afirmam que o grupo tinha interesse em adquirir um banco. Como a proposta anterior de venda do Master ao BRB, banco público, foi vetada pelo Banco Central em setembro do ano passado, o Fictor identificou uma oportunidade de negócio e iniciou diligências na instituição.
A operação envolve a compra de 100% das ações pertencentes a Daniel Vorcaro, que deixa o cargo de CEO e a instituição que fundou. Na tentativa anterior de venda ao BRB, com oferta de R$ 2 bilhões, Vorcaro permaneceria como sócio oculto, ainda com participação acionária na instituição.
A expectativa de pessoas próximas ao processo é que, por se tratar de um grupo privado com investidores internacionais, a transação tenha mais chances de ser aprovada pelo Banco Central. Segundo as mesmas fontes, o controle do Master ficaria sob uma holding compartilhada entre o Grupo Fictor e os investidores internacionais.
O pedido de compra protocolado pela Fictor junto ao Banco Central prevê alterações na diretoria estatutária, a formação de um novo conselho de administração e a mudança do nome da instituição, que passará a se chamar Banco Fictor.
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