O número total de operações realizadas via Pix — contabilizando desde seu lançamento, no final de 2020 — alcançou 196,2 bilhões em setembro deste ano. Apenas em 2024, as transações por essa modalidade movimentaram R$ 84,9 trilhões, valor equivalente a mais de sete vezes o PIB anual do país em 2024 (R$ 11,7 trilhões).

Os dados são de uma análise inédita do Ebanx, fintech brasileira com atuação global, responsável pelo processamento de pagamentos para empresas como Shein, Uber e Spotify. O estudo foi realizado com base em dados públicos do Banco Central (BC), do IBGE e da Corporação Nacional de Pagamentos da Índia (NPCI).

Segundo o levantamento, a expectativa é que, em dezembro de 2025, quando o Pix completa cinco anos, o sistema atinja 7,9 bilhões de transações mensais, impulsionado pelas compras de fim de ano. Caso essa projeção se confirme, o valor total movimentado em 2025 deve chegar a R$ 35,3 trilhões, um salto de 34% em relação a 2024.

Com esse desempenho, o Pix consolida-se como o sistema de pagamentos instantâneos de adesão mais rápida do mundo. Nem mesmo o UPI, da Índia — que serviu de inspiração para a plataforma brasileira — alcançou esse patamar em tão pouco tempo. O modelo indiano levou seis anos e oito meses para se aproximar da marca de 8 bilhões de transações mensais.

De acordo com João Del Valle, CEO e cofundador do Ebanx, a popularização do Pix está diretamente ligada à sua acessibilidade, tornando-se o método de pagamento mais utilizado no país e a porta de entrada de milhares de brasileiros na economia digital.

"É fácil de usar, gratuito, seguro, instantâneo, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e, principalmente, acessível a todos", destaca Del Valle.

O impacto do Pix é expressivo: 93% da população adulta do Brasil utiliza o sistema, superando até mesmo o número de pessoas com cartão de crédito. Dos 213,4 milhões de habitantes estimados pelo IBGE, mais de 170 milhões já aderiram ao Pix, enquanto cerca de 153,4 milhões possuem cartão, segundo a análise baseada em dados do BC.

O estudo revela ainda que empresas globais parceiras do Ebanx que oferecem o Pix como opção de pagamento registraram aumento médio de 16% na receita e crescimento de 25% na base de clientes em apenas seis meses.

“Isso mostra como sistemas de pagamento em tempo real podem impulsionar o crescimento econômico ao tornar transações financeiras mais eficientes e acessíveis”, avalia Del Valle.

As perspectivas são de expansão, especialmente com novas funcionalidades, como o Pix Automático, lançado em junho, que permite pagamentos recorrentes antes restritos ao cartão de crédito.

A novidade já demonstra forte adesão: 74% dos novos clientes das empresas globais de e-commerce parceiras do Ebanx utilizaram o Pix Automático para a primeira compra. Para o CEO da fintech, isso representa a inclusão de consumidores antes excluídos da economia digital por não possuírem cartão.

Se no início o Pix era mais utilizado para transferências entre pessoas físicas — em 2021, 73% das transações tinham esse perfil — agora as operações de pessoas para empresas já lideram, com 44% das transações, ante 43% entre pessoas físicas.